Neste século foram lançados alguns quadriciclos na Europa, mas foram vários os projetos descontinuados, até que a Renault voltou à carga com o Twizy, em 2012, e a Stellantis, mais recentemente, com o Citroën Ami, o Opel Rocks-e e o Fiat Topolino, provavelmente sem terem conseguido a fórmula ideal de um microveículo urbano.
Apresentado no Salão de Genebra de 2016, mas lançado comercialmente só no final de 2022, o MMS Microlino chama atenção por se inspirar no microcarro mais famoso da história, o Iso Isetta, surgido na Itália no pós-II Guerra e produzido sob licença em diversos países, incluindo o Brasil (entre 1956 e 1961, com o nome Romi-Isetta).
O Microlino foi desenvolvido pela Micro Mobility Systems (MMS), empresa suíça fabricante de patins – fundada em 1999, ela produziu patins comuns (propulsão humana) até 2013, quando lançou um modelo elétrico, o eMicro One. O dado concreto que levou ao desenvolvimento do Microlino, segundo a fábrica, saiu de um estudo que mostrou que os europeus que usam transporte próprio se deslocam a uma taxa de 1,2 pessoa/veículo em distâncias de 35 km/dia, em média.
De acordo com a MMS, até o início da produção já havia mais de 35.000 encomendas do veículo, que começou a ser entregue agora. O Microlino é produzido em Turim, na Itália, em parceria com a empresa de engenharia e design Cecomp.
Assim como os Isetta (Iso, BMW, Velan, Borgward e Romi), o Microlino é carismático, mas de perto os dois veículos são bem diferentes tecnicamente. As barras horizontais de faróis de led, à frente e atrás, são fortes marcas visuais e ajudam a criar essa separação entre passado e futuro – o Isetta tinha faróis redondos de halogêneo.
O Microlino é um quadriciclo, com velocidade máxima de 90 km/h, o que significa que não pode circular nas rodovias principais – e mesmo nas secundárias pode-se questionar se faz sentido utilizá-lo. Mas no caos urbano, ele promete ser o dono do pedaço, até porque não deverá causar os constrangimentos (nem aos seus ocupantes nem à fluidez do tráfego) que modelos como o trio da Stellantis geram (por não passarem dos 45 km/h).
Sorrisos instantâneos
O trânsito pode parar, sim. Mas por conta da simpatia do carro. Durante nosso test-drive, colecionamos olhares e abordagens de curiosos. O sorriso instantâneo de todos, porém, se desfazia assim que seu preço era revelado. Para 2,52 metros de automóvel, 22.690 euros (quase R$ 120.000) parece um valor excessivo. A única versão disponível vem com baterias de 10,5 kWh, o que permite uma autonomia estimada de 177 km. Mas a MMS promete duas outras versões: uma de 6 kWh/90 km, que custará 17.690 euros (R$ 92.570) e outra de 14 kWh/230 km, ainda sem preço divulgado. A bateria da versão intermediária pode ser carregada de 10 a 80% em três horas (há um carregador de bordo de 2,6 kW).
As três versões serão equipadas com o mesmo motor traseiro com um rendimento de 17 cv e 9,1 kgfm, o que será suficiente para uma arrancada de 0 a 50 km/h em 5 segundos, conforme a MMS, além de prometer um consumo médio abaixo dos 6 kWh/100 km. Há um modo Sport, que é uma função boost para elevar o rendimento até os 26 cv (e que se desliga automaticamente depois de cinco minutos, podendo ser reativada).
O microcarro pesa apenas 435 kg (496 com bateria nesta versão) e em vez de uma estrutura tubular e de plástico, como é normal…
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