A Bolsa deixou de ser o investimento preferido dos milionários do Brasil. Um levantamento realizado pela Abrapp (Associação Brasileira das EFPCs) identificou que a parcela mais rica do país está fugindo das ações.
As Entidades Fechadas de Previdência Complementar, as EFPCs são os maiores investidores institucionais do país, com um patrimônio líquido de aproximadamente R$ 1,2 trilhões. Mas, deste montante, “apenas” cerca de R$ 138 bilhões estão na renda variável, segundo o estudo.
Uma outra pesquisa, realizada pela SmartBrain mostrou que os investidores com patrimônio de R$ 300 mil a R$ 3 milhões também estão trocando as ações por este ativo.
Entre setembro e outubro o percentual deste ativo cresceu 60 bps na carteira desse grupo.
Se você está se perguntando qual é o novo investimento “queridinho” dos mais ricos, eu te respondo: a renda fixa.
Por que os ricos estão preferindo a renda fixa à Bolsa?
De agosto até agora a Selic já caiu 100 p.p., saindo de 13,75% para 12,75%. E as perspectivas é de que a taxa básica de juros continue caindo e termine o ano em 11,75%.
Isso significa que, os ativos de renda fixa tendem a pagar prêmios cada vez menores, visto que, boa parte deles têm sua remuneração atrelada à Selic.
Mas, então, por que os mais ricos estão migrando para renda fixa justamente agora? Podemos apontar aqui, pelo menos três motivos que podem ter levado os mais endinheirados a adotar essa postura:
1. A alta dos yields dos treasuries americanos
Os treasuries são ativos de renda fixa, semelhantes ao nosso Tesouro Direto. Assim, por se tratar de títulos emitidos pelo governo americano, eles são considerados o investimento mais seguro do mundo.
Assim, a disparada do prêmio desses títulos acaba pesando sobre os ativos de risco de forma global, pois, se o investidor tem a chance de capturar retornos de 5% ao ano e em dólar, por que ele vai se arriscar com ações?
Da mesma forma, a alta dos títulos americanos acaba implicando em uma expectativa de maior inflação nas economias ao redor do mundo, inclusive o Brasil. E este fator, pode acabar beneficiando alguns títulos da renda fixa que tem a sua rentabilidade atrelada ao IPCA.
Aqui no Brasil, já começamos a sentir esse efeito. Nas últimas semanas, a curva de juros voltou a subir e os títulos públicos indexados à inflação voltaram a oferecer prêmios de IPCA + 5,98% na NTN-B com vencimento em 2045.
Ou seja, estamos falando da possibilidade de um retorno de 6% ao ano, acima da inflação, sem correr muitos riscos.
Enquanto isso, o Ibovespa valorizou 5% do início do ano até agora, sem considerar os efeitos da inflação.
2. A Selic continua pagando mais de 1% ao mês
O Banco Central realizou dois cortes de 50 p.p na Selic. Nesse cenário, muitos investidores já começaram a se questionar se valeria a pena abandonar a renda fixa.
Contudo, é preciso ter cautela antes de tomar essa decisão, pois embora a taxa básica de juros esteja em um patamar menor agora, ela ainda está pagando um ótimo retorno.
Quem já investe há algum tempo, sabe que não é fácil conseguir retornos de 1% ao mês. Entretanto, o investidor continua tendo a chance de buscar essa rentabilidade, mesmo com a Selic atualmente a 12,75% ao ano.
Em um relatório encaminhado aos assinantes da Empiricus Research, nesta quarta-feira (18), o estrategista chefe da casa, Felipe Miranda, apontou que o cenário macroeconômico global também pode beneficiar a renda fixa.
Segundo o analista, ainda há muita incerteza com relação aos juros ao redor do mundo e “o movimento recente de abertura de taxas nos parece um bom ponto de entrada em títulos prefixados”, destaca.
Neste momento, é possível conseguir títulos dessa categoria pagando 12,95% ao ano, durante 60 meses. Ou seja, quem investir nesse ativo agora tem a chance de manter retornos de mais de 1% ao mês, pelos próximos 5 anos, independentemente do que acontecer com a Selic.
3. No longo prazo a renda fixa sempre ganha da bolsa
Uma premissa bem conhecida pelos investidores é a de que quanto maior o risco, maior o potencial de retorno.
Entretanto, o Brasil é uma exceção à regra. Acontece…
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