O milho fechou o dia com preços em forte alta na bolsa de Chicago. Nesta quinta-feira (19/10), os lotes que vencem em dezembro subiram 2,64%, cotados a US$ 5,05 por bushel.
As vendas de milho dos Estados Unidos caíram 3% na semana encerrada em 12 de outubro, para 881,3 mil toneladas, segundo dados do Departamento de Agricultura do país (USDA).
Apesar do recuo semanal, Ale Delara, diretor da Pine Agronegócios, diz que, apesar da queda no volume semanal, o volume ficou próximo do volume máximo, de 1 milhão de toneladas. Ainda de acordo com ele, o ritmo dos embarques americanos pode começar a ganhar fôlego a partir deste final de ano.
“Além disso, o mercado do milho está atento com as condições de seca no Norte no Brasil, que tem prejudicado o escoamento do cereal na região. Algumas tradings estão com dificuldades de originar milho para exportação”, afirma Delara.
Com esses problemas, o programa de exportação de milho começa a perder força, segundo o analista, fato que motiva a valorização do cereal em Chicago. Nesta semana, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu em 7,7% sua projeção para os embarques de milho brasileiro em outubro, para um volume de 8,4 milhões de toneladas.
Trigo
O trigo também fechou o dia com oscilação expressiva na bolsa de Chicago. Os contratos do cereal para dezembro subiram 2,37%, a US$ 5,94 por bushel.
Em boletim, a TF Consultoria Agroeconômica diz que a escalada nas tensões no Oriente Médio impulsionaram as cotações futuras do trigo. De acordo com a empresa, a visão geral do mercado é que existe a possibilidade dos países da região reforçarem os seus estoques.
“Os países no entorno do conflito são, tradicionalmente, grandes compradores e demandam muito trigo. Com o receio do impasse na Faixa de Gaza se prolongar, ou mesmo expandir, as apostas estão em um aumento da demanda no curto prazo”, destaca a consultoria.
Ainda segundo a TF, a movimentação no mercado internacional também deu suporte a cotação. A China já comprou este ano 53,6% a mais que no mesmo período do ano passado. A Ucrânia informou que Bangladesh, Indonésia e Filipinas, tradicionais compradores da Austrália, estão buscando grãos no Mar Negro, mesmo com as limitações da da região.
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