O Itaú BBA reiterou sua visão de que a Eneva (ENEV3) é um dos casos de investimento mais interessantes para se possuir, com oportunidades incríveis de criação de valor nos próximos anos, após se reunir com a alta administração da companhia elétrica.
Por outro lado, o BBA reconhece que a elétrica é o case mais complexo de sua cobertura e, portanto, algumas destas vantagens podem levar algum tempo a serem precificadas, uma vez que os investidores necessitam de maior visibilidade para começarem a incorporá-las nas suas estimativas.
Em primeiro lugar, o banco cita que as exportações para a Argentina pararam, mas deverão ser retomadas entre novembro e dezembro, durante o verão argentino, como aconteceu no ano passado, quando a procura de energia será maior.
“Mesmo com a entrada em operação do gasoduto Vaca Muerta, a Eneva espera continuar exportando para a Argentina durante o inverno e em alguns dias do verão do país, dado o enorme aumento da demanda, superior à capacidade de produção de gás do país”, diz relatório.
Para o Citi, a Eneva é uma ótima empresa, com fatores endógenos muito sólidos, mas com fatores exógenos momentaneamente difíceis. “Há alguns anos, havia inúmeras oportunidades de fusões e aquisições para a empresa (com oportunidades upstream e leilões térmicos) e a hidrologia estava fraca, mas atualmente, as oportunidades de fusões e aquisições estão mais escassas e as chuvas foram bastante sólidas em 2022-2023”, comenta o banco.
No entanto, analistas pontuam que a empresa continua sendo bem administrada e está trabalhando para reduzir custos e melhorar os controles de capital e deve estar bem preparada para outra fase de crescimento, sempre que isso aconteça.
Segundo relatório, o próximo ano pode mudar o cenário para melhor mais uma vez, se a hidrologia não for tão alta quanto no passado recente e se a empresa conseguir renovar alguns de seus contratos (o que é uma via de crescimento de baixo custo).
Eneva possui perspectivas positivas para comercialização de gás
No mercado off-grid (fora da rede), a empresa negocia outros contratos com players industriais da região, como a Alumar, para rentabilizar o gás do campo de Parnaíba.
Já no mercado on-grid (dentro da rede), a empresa vê uma oportunidade forte de vender gás e oferecer flexibilidade aos clientes, uma vez que o gasoduto TAG esteja conectado ao terminal de Celse. Existem negociações em andamento com fornecedores de gás, incluindo o Catar (fornecedor de Cesle) para garantir a molécula para acessar esse mercado. A Eneva poderia vender gás para empresas industriais, distribuidoras de gás e para a TAG, que é obrigada a ter um fornecedor de último recurso.
Atualmente a TAG é atendida pela Excelerate Energy, mas o contrato que atualmente gera um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de cerca de R$ 400 milhões expira até o final de 2023.
O terminal de GNL da Celse tem capacidade de 21 milhões de metros cúbicos/dia, mas a central térmica utiliza apenas 6 milhões de m3/dia quando despachada, oferecendo assim uma enorme capacidade ociosa que poderia ser utilizada para aceder ao mercado on-grid. Além disso, este negócio pode ser muito rentável, uma vez que o custo do terminal de GNL já é pago pela central térmica e a empresa pode cobrar mais pela flexibilidade. Atualmente, a Petrobras cobra um prêmio enorme se o cliente consumir mais de 5% do contrato e o prêmio aumenta ainda mais se o cliente consumir muito mais do que o contrato.
Para BBA, o recente apagão no Brasil e o pico de consumo que observado atualmente, com os preços spot subindo, é um sinal de que é necessário construir/contratar mais capacidade e que o sistema não pode ser operado com segurança apenas com energias renováveis.
A expectativa da administração é que o processo de consulta pública seja aberto antes do final de 2023, discutindo os termos do leilão. A administração vê a Petrobras como a maior concorrente do leilão, mas destacou que a Petrobras tem adotado uma postura conservadora nos…
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