As vendas no varejo em julho de 2023 caíram 0,7%, descontada a inflação, em comparação com o mesmo mês de 2022, aponta o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA). Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, houve crescimento de 1,5%.
De forma geral, o resultado foi prejudicado por efeitos de calendário. Ao comparar com o mesmo mês do ano passado, julho teve uma sexta-feira a menos e uma segunda-feira a mais em 2023. Tradicionalmente, a sexta-feira é um dia mais forte para o varejo.
O macrossetor de serviços foi um dos responsáveis por puxar o resultado para baixo. A queda foi de 5,2%. os segmentos com os desempenhos mais negativos foram bares e restaurantes, veterinárias e pet shops e estética e cabeleireiros. As vendas do macrossetor de bens duráveis e semiduráveis também caíram: -2,3%. O segmento de materiais para construção foi o que apresentou a maior queda do macrossetor.
Já o macrossetor de bens não duráveis foi o único que cresceu no mês, com alta de 2,0%. Postos de combustíveis e supermercados e hipermercados estão entre os segmentos que mais colaboraram para o resultado.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, apontou queda de 0,07% em julho. Segundo o IBGE, a queda teve influência dos grupos de alimentação e bebidas e habitação. A expectativa é que o indicador siga uma trajetória de queda.
Ao ponderar o IPCA e o IPCA-15 pelos setores e pesos do ICVA, a inflação do varejo ampliado acumulada em 12 meses em julho foi de 2,2%.
De acordo com o ICVA deflacionado e com ajuste de calendário, os resultados de cada região em relação a julho de 2022 foram: Sudeste (0,7%), Sul (0,4%), Nordeste (0,3%), Centro-Oeste (-0,6%) e Norte (-0,7 %).
Pelo ICVA nominal – que não considera o desconto da inflação – e com ajuste de calendário, os resultados de cada região foram: Sudeste (3,1%), Sul (2,4%), Nordeste (1,4%), Norte (1,3%), Centro-Oeste (1,0%).
Já segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada hoje pelo IBGE mostra que o volume de vendas do comércio varejista manteve-se estável em junho deste ano, na comparação com o mês anterior. A estabilidade veio depois de duas quedas consecutivas do setor: -0,7% em maio e -0,1% em abril. Os dados são d
Com o resultado, o comércio acumula queda de 0,3% na média móvel trimestral. Nos demais tipos de comparação temporal, no entanto, o setor apresenta altas: de 1,3% na comparação com junho do ano passado e no acumulado do primeiro semestre e de 0,9% no acumulado de 12 meses.
O setor está 3% acima do nível de fevereiro de 2020, ou seja, no período pré-pandemia de covid-19, mas 3,3% abaixo do patamar mais alto da série histórica, registrado em outubro de 2020.
Quatro das oito atividades pesquisadas pelo IBGE apresentaram alta de maio para junho: tecidos, vestuário e calçados (1,4%), hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,3%), livros, jornais, revistas e papelaria (1,2%) e móveis e eletrodomésticos (0,8%).
Por outro lado, quatro tiveram queda: equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-3,7%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,9%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria mostrou crescimento (-0,7%) e combustíveis e lubrificantes (-0,6%).
A receita do varejo subiu 0,5% na comparação com maio deste ano, 0,6% em relação a junho de 2022, 4,6% no acumulado do semestre e 8,2% no acumulado de 12 meses.
O varejo ampliado, que também inclui os materiais de construção e veículos e peças, cresceu 1,2% de maio para junho, com destaque para as vendas de veículos e motos, partes e peças (8,5%). Os materiais de construção recuaram 0,3%.
Na comparação com junho de 2022, o varejo ampliado cresceu 8,3%. Também houve altas no acumulado do semestre (4%) e no acumulado de 12 meses (1,1%).
A receita nominal do segmento cresceu 1% em relação a maio, 9% na comparação com junho, 8,4% no acumulado do semestre e 9% no acumulado de 12 meses.
Com informações da Agência Brasil