O Ibovespa encerrou a sessão de hoje (09) em queda de 0,12% aos 119.034,14 pontos, após oscilar entre 118.445,86 e 120.256,62. O volume financeiro do dia foi de R$ 24,9 bilhões.
O Ibovespa hoje caminhava para uma alta consistente, inclusive tocando o patamar dos 120 mil pontos pela primeira vez desde agosto. O avanço era sustentado sobretudo por balanços e pelos bons desempenhos das ações ligadas a commodities, em linha com a alta do petróleo e do minério de ferro. No entanto, o índice passou a cair seguindo o exterior, abalado pelas falas de Jerome Powell.
O presidente do Federal Reserve participou de um evento do FMI e fez declarações sobre a condução da política monetária nos Estados Unidos, mais uma vez deixando em aberto a possibilidade de novas altas nos juros. Com isso, os índices de Nova York, que já operavam instáveis, passaram a cair com mais força.
Confira o fechamento das bolsas nos Estados Unidos:
- Dow Jones: -0,65% a 33.891,68 pontos
- S&P500: -0,81% a 4.347,32 pontos
- Nasdaq: -0,94% a 13.521,45 pontos
O dólar à vista fechou em alta de 0,67% a R$ 4,9399, após oscilar entre R$ 4,8924 e R$ 4,9469
“Hoje tivemos um calendário econômico vazio, com os investidores muito atentos aos balanços das empresas e de olho na questão fiscal, que tanto preocupa o mercado. Também tivemos falas do Powell. O mercado tem esperado declarações mais amenas do presidente do Fed, o que não vem acontecendo”, explica Dierson Richetti, especialista em mercado de capitais e sócio da GT CAPITAL.
Em discurso, Powell foi direto: “Não estamos confiantes de que atingimos nível restritivo o suficiente para a meta de inflação buscada pelo Fed, de 2% ao ano”. Após os comentários, a chance de o Fed voltar, até março de 2024, a elevar a taxa de juros de referência chegou a 20%.
“Powell disse que houve uma melhora na inflação, mas que o colegiado ainda não acredita no fim da alta de juros, o que desanimou o mercado. Também deixou claro que não hesitará em subir juros se necessário, mantendo um tom duro nas falas. Com isso, o mercado interpreta que o comitê está tendendo mais a subir juros do que baixar. Ontem, tivemos também a aprovação da Reforma Tributária no Senado, mas, na minha avaliação, o mercado não reflete essa questão, que já está precificada”, analisa Dierson Richetti.
Mais cedo, o presidente do Federal Reserve de Richmond, Thomas Barkin, havia dito que a inflação continua muito alta no país, e que a autoridade monetária caminha sobre linha tênue. Em evento, Barkin apontou que o BC americano percorreu um longo caminho, rapidamente, para conter a alta dos preços, mas que “o trabalho não está concluído”. “Ainda não estou convencido de que a inflação esteja numa trajetória de queda para 2%”, afirmou
O presidente do Federal Reserve reconheceu hoje, em conferência promovida pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que a política monetária americana está em posição “significativamente restritiva”, com juros reais acima de 2%, e que o BC dos Estados Unidos não almeja subir exageradamente os juros – embora tenha reforçado que o foco atual está na garantia de estabilidade para os preços.
“A posição quanto à política monetária dos Estados Unidos ainda é de muita cautela, e Powell ressaltou, por algumas vezes, que o cumprimento da meta ainda não ocorreu, apesar dos claros sinais de que a inflação tem caído nos últimos meses”, diz o economista José Cláudio Securato, presidente da Saint Paul Escola de Negócios, ressaltando que a autoridade monetária mantém a abordagem “técnica”, com análise da evolução dos dados a cada reunião de deliberação sobre os juros.
O petróleo operou com altas substanciais durante boa parte da sessão e, ainda que tenha arrefecido esse avanço no fechamento, beneficiou a Petrobras, que divulga seu balanço nesta noite. Petrobras ON (PETR3) subiu 2,12% a R$ 37,54 e Petrobras PN (PETR4) avançou 2,08% a R$ 34,88.
A alta mais significativa do minério de ferro nesta madrugada na China ajudou a Vale (VALE3), que fechou em alta de 0,48% a R$ 70,47. Ainda no setor de mineração e siderurgia, Gerdau (GGBR4) subiu 0,13% a R$ 22,72, enquanto CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) tiveram quedas de 1,42% e 2,06%, respectivamente.
Entre os bancos, o destaque negativo ficou com o Banco do Brasil (BBAS3), que frustrou os consensos no seu balanço do terceiro trimestre e encerrou em forte queda de 4,18% a R$…
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