Enquanto o Ibovespa avançava cerca de 1% no início da tarde, outras ações registravam movimentos ainda mais expressivos no período, muitas delas por conta dos resultados do terceiro trimestre de 2023 (3T23).
Entre dezenas de companhias que divulgaram o seu resultado entre a noite de quinta-feira (9) e a manhã desta sexta (10), algumas se destacam com movimentos muito expressivos.
A Mobly (MBLY3) aparece de longe como o principal destaque negativo, com queda de 22,08%, a R$ 3,00, às 12h40 (horário de Brasília), após o balanço. Já entre as altas, Infracommerce (IFCM3) saltava 13,38%, a R$ 1,51, enquanto Anima (ANIM3) subia 10,79%, a R$ 3,49. Já C&A (CEAB3) disparava 16,97%, a R$ 7,17, impulsionando ainda mais o salto das ações em 2023.
Confira o que fez essas ações dispararem ou desabarem:
Mobly (MBLY3)
A sessão é de forte queda para as ações da Mobly na esteira dos resultados.
A companhia apresentou prejuízo líquido de R$ 24,3 milhões no terceiro trimestre, alta de 26,3% em relação ao apresentado no mesmo período de 2022.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado recuou 13,7% e ficou negativo em R$ 5,6 milhões de reais na comparação com 2022, com margem em -4,5%. Por outro lado, a melhora no Ebitda, em relação a 2021, foi considerada “uma conquista significativa”.
O Morgan Stanley aponta que a pressão sobre as vendas persistiu, com vendas de mercadorias brutas (GMV) em queda anual de 17%, à medida que as tendências desaceleraram, especialmente nas lojas Mobly. Já a receita ficou -11% abaixo do esperado pelo banco.
O declínio geral do GMV da Mobly de 17% ano a ano no 3T23 foi ligeiramente desfavorável versus a queda de 14% na mesma base no 2T23, aponta o Morgan.
No GMV online, as tendências melhoraram sequencialmente no marketplace, ou 3P, (-20% na base anual no 3T, versus -40% no 2T), enquanto a loja virtual se deteriorou ainda mais (-25% no ano, versus -15% no 2T). “Ao todo, o GMV total ficou 11% abaixo da nossa estimativa, com a receita 13% abaixo da nossa previsão”, apontou.
Além disso, com a desalavancagem operacional mais do que compensando o foco no controle de despesas, a margem Ebitda ajustada contraiu 140 pontos base em relação ao ano anterior, ficando 4,2 pontos percentuais abaixo da projeção da casa.
O Morgan também cita que a Mobly continua tendo como prioridade a gestão do fluxo de caixa, com foco nos custos de aquisição de clientes e nas despesas de capital, enquanto os saldos de caixa diminuíram no trimestre.
Para o Goldman Sachs, a Mobly relatou um conjunto fraco de resultados do 3T23, com as vendas 19% abaixo do consenso Bloomberg, impactadas negativamente por um cenário de demanda ainda desafiador para o setor moveleiro.
“Embora a margem bruta tenha sido ligeiramente superior às expectativas, impulsionadas por melhores negociações com fornecedores e uma maior participação nos produtos de marca própria e importados do mix, a margem Ebitda ajustada deteriorada entrou em território negativo devido à desalavancagem operacional”, aponta o Goldman. Os analistas esperam mais detalhes sobre as perspectivas
para a geração de caixa daqui para frente, dada a aceleração anual na queima de caixa vista
neste trimestre (para -R$ 34 milhões versus -R$ 2 milhões no 3T22, excluindo os descontos de recebíveis).
O Goldman tem recomendação neutra para Mobly, com preço-alvo de R$ 2,50 (queda de 35% frente o último fechamento), enquanto o Morgan tem recomendação equalweight (equivalente à neutra), com preço-alvo de R$ 2,25, queda de 42%.
C&A (CEAB3)
A C&A vê suas ações em forte alta. A companhia teve prejuízo no terceiro trimestre de 2023, de R$ 44,2 milhões, uma queda de 28% em relação aos R$ 61,4 milhões negativos no mesmo período do ano passado. A receita líquida teve um crescimento de 9,6% na comparação anual e fechou em R$ 1,542 bilhão.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia foi de R$ 195,6 milhões, alta de 40% ante o mesmo período do ano anterior.
A receita líquida teve um crescimento de 9,6% na comparação anual e fechou em R$ 1,542 bilhão.
Assim, a margem Ebitda ajustada (que inclui recuperação de créditos fiscais, receitas financeiras de fornecedores e outras receitas operacionais líquidas) foi de 12,7%, um…
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