No mundo atual, onde a sustentabilidade se tornou um imperativo, a aquisição de propriedades rurais passa por uma revolução regenerativa. Os neorurais, aqueles que buscam uma vida mais conectada com a natureza e longe da agitação urbana, estão mudando o paradigma do mercado imobiliário rural. Este grupo emergente, composto por indivíduos e famílias que valorizam a autossuficiência, resiliência e uma conexão mais profunda com o ambiente, está redefinindo o que significa ser um proprietário rural no século XXI.
As zonas da permacultura se tornaram um critério essencial na escolha da propriedade ideal. Essa abordagem, que divide a propriedade em zonas de intensidade decrescente de uso e manejo, desde a casa (zona 0) até áreas mais selvagens (zona 5), permite uma avaliação holística da terra. Ela ajuda na identificação de locais ideais para estoque de água, investimento em energia sustentável, definição das zonas de recursos florestais e criação animal, garantindo que cada aspecto da propriedade contribua para um ecossistema autossuficiente e resiliente.
A água é um recurso crítico. Propriedades com acesso a fontes naturais de água, como riachos ou nascentes, e com potencial para sistemas de captação de água da chuva e aquaponia, são altamente valorizadas. A energia sustentável, outro pilar da resiliência, é alcançada através da instalação de sistemas solares ou eólicos, permitindo uma operação mais independente, autossuficiente e, sobretudo, ecologicamente correta.
Os recursos florestais em uma propriedade oferecem não apenas a oportunidade para a produção de madeira sustentável, mas também para a prática de agrofloresta. Esta abordagem integra árvores e arbustos com cultivos e animais, criando um sistema agrícola diversificado e resiliente que imita um ecossistema natural.
A agrofloresta e a agricultura regenerativa são práticas que enriquecem o solo, aumentam a biodiversidade e sequestram carbono, fazendo com que a propriedade rural não seja apenas um espaço de produção, mas também um contribuinte ativo para a luta contra as mudanças climáticas e a provisão de serviços ecossistemicos para o planeta.
A criação animal em uma propriedade regenerativa segue princípios de bem-estar e manejo sustentável, integrando os animais ao sistema de maneira que beneficiem o ecossistema como um todo. Este modelo contrasta fortemente com as práticas convencionais de criação intensiva.
Empresas como a Pretaterra estão liderando essa transição no processo de aquisição de propriedades, fornecendo expertise e serviços que ajudam os compradores a identificar e desenvolver propriedades que se alinham com esses princípios de sustentabilidade e regeneração. Elas são fundamentais para orientar os neorurais, fornecendo-lhes as ferramentas e conhecimentos necessários para transformar suas propriedades em modelos de agricultura regenerativa.
A busca por uma vida em maior conexão com a natureza não é apenas um desejo pessoal, mas uma resposta consciente às questões ambientais globais. Os neorurais, equipados com conhecimento e recursos, estão na vanguarda dessa mudança. Eles não são apenas proprietários de terras; são planejadores da natureza, cultivadores de um futuro mais verde e promissores guardiões do nosso planeta.
A aquisição de propriedades rurais está evoluindo além de uma simples transação financeira. Tornou-se uma jornada em direção à sustentabilidade, onde cada decisão é um passo em direção a um futuro mais regenerativo. Estamos testemunhando o nascimento de uma nova era na agricultura, onde o valor do carbono, a autossuficiência e a sustentabilidade estão no coração do processo imobiliário rural. É uma revolução regenerativa, remodelando a paisagem da aquisição de propriedades rurais e criando um legado de harmonia e resiliência para as gerações futuras.
* Valter Ziantoni é CEO da Pretaterra; Paula Costa é CTO da Pretaterra
Obs: As ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da revista Globo Rural
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