Durante os quase 400 anos de escravidão no Brasil, os quilombos foram um símbolo de resistência e dignidade para a população negra. Localizados em áreas remotas, esses espaços serviam de refúgio para pessoas que conseguiam escapar do regime escravocrata.
O Quilombo dos Palmares, localizado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, foi o maior e mais importante quilombo da história do Brasil. Liderado por Zumbi dos Palmares, o quilombo chegou a abrigar mais de 30 mil pessoas e resistiu por mais de 80 anos às investidas das forças escravagistas. A morte de Zumbi, em 20 de novembro de 1695, foi um duro golpe para a resistência negra. O líder quilombola foi assassinado em uma emboscada e sua cabeça foi decepada e exposta em praça pública, em Recife. O objetivo era amedrontar outras pessoas escravizadas que desejassem escapar.
Por conta disso, o 20 de novembro é celebrado no Brasil como o Dia da Consciência Negra, em homenagem à morte de Zumbi dos Palmares. A data é uma oportunidade para refletir sobre a história da população negra no Brasil e sobre as desigualdades que ainda persistem. Apesar do fim da escravidão em 1888, a população negra ainda é a mais pobre do país. O racismo estrutural, cada vez mais estudado, impede que essas pessoas tenham pleno acesso a oportunidades de estudo, emprego e renda.
Deputados
O deputado Ricardo Quirino (Republicanos) diz que, quando se usa o termo “consciência negra” é para que não se esqueça tudo que a população negra passou e ainda passa. “Existe sim discriminação, é uma população que ainda recebe baixos salários, ocupa funções geralmente bem inferiores no nosso país e no mundo e, infelizmente, ainda é vítima de um preconceito”, aponta o parlamentar.
Segundo ele, a maioria da população já deixou de ter preconceito contra a população negra, mas ainda existe uma pequena parcela que não conseguiu vencer isso. Ele é favor de que a data de 20 de novembro vire feriado “desde que se dê liberdade para cada unidade da federação decida se é viável ou não”.
O deputado Cristiano Galindo (Solidariedade) vê a data como uma importante forma de preservação da identidade histórica e cultural do Brasil. Segundo ele, a possibilidade de “ser feriado vem para simbolizar a luta de quem sofreu com a escravidão, o racismo e a desigualdade, problemas que surgiram desde a construção do país e que vemos até os dias de hoje”. Galindo arremata: “Eu sou negro, apoio a discussão desta causa e estou à disposição da população, a fim de que possamos construir uma sociedade mais justa e igualitária”.
É da deputada Bia de Lima (PT) o projeto de lei nº 654/23, que institui o Dia da Consciência Negra como feriado estadual no Estado de Goiás. O projeto foi rejeitado em setembro na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ). Independentemente de ser ou não feriado, a parlamentar diz que comemorar o Dia da Consciência Negra é importante porque pe preciso reconhecer a existência do racismo, para combatê-lo. “Há uma visão equivocada de que o Brasil é uma democracia racial. Isso é um mito… vivemos um racismo estrutural quase institucionalizado que corrói o tecido social e, se não reconhecermos isso, a sociedade não mudará.”
Bia lembra que as estatísticas nos mostram quem são as maiores vítimas de homicídios, violência de gênero, encarceramento, desigualdade de renda: mulheres e jovens negros. “O que é isso, senão consequência do racismo? Tenho certeza absoluta de que escamotear o racismo é aprofundá-lo, portanto ao celebrarmos a liberdade conquistada pelos escravizados, é imperativo reconhecermos que essa emancipação não foi acompanhada da plenitude de direitos individuais e sociais, deixando uma lacuna significativa para essa parcela da população.”
A petista diz que como pessoa, professora e legisladora, se sente com responsabilidade de enfrentar as situações conforme elas se apresentam e buscar formas e medidas para solucioná-las.
Talles Barreto (UB) diz que o 20 de novembro é uma data que marca a luta do povo negro, devendo ser lembrada e comemorada por todos nós. Apesar de já existirem muitos feriados nacionais, afirma ele, esta é uma data que merece destaque diante nossa história. Talles diz que se considera pardo e reconhece as lutas que foram e são travadas pelos negros até os dias de hoje.
O deputado Virmondes Cruvinel (UB) diz que…
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