Enquanto o varejo nacional promove uma campanha contra o fim do parcelamento sem juros no cartão de crédito, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o órgão não vai fazer mudanças que impactem no poder de compra do cidadão.
Ainda assim, em live transmitida no YouTube, ele defendeu que o BC e outros agentes de crédito encontrem uma solução de “longo prazo”.
O fato é que o parcelado sem juros cresceu muito e é quase 15% do crédito. O Crédito Direto ao Consumidor (CDC) cresceu muito menos. Quando o consumo sobe, o que acompanha é o parcelado sem juros e não o CDC.
Campos Neto também defendeu que é preciso acabar com as distorções que existem no sistema atual:
A inadimplência de cartões ficou alta. Acabamos tendo juros muito altos no rotativo. Tem uma indústria de desconto de fluxo de caixa.
Por fim, ele também enfatizou que a digitalização via PIX tem diminuído o uso do papel-moeda e esse é um processo que crescerá ainda mais no longo prazo, algo que também abre uma janela de alternativas ao uso do cartão de crédito.
Contudo, apesar das declarações, Campos Neto ainda não apresentou uma alternativa ao parcelamento sem juros no cartão de crédito.
Por outro lado, alguns bancos defendem que seja criado um limite de 12 vezes sem juros, enquanto agentes financeiros defendem uma “escadinha” onde a taxa está diretamente atrelada ao número de parcelas.
Para eles, o fim do parcelamento sem juros reduzirá a taxa do rotativo e fará com que o varejo dê descontos maiores para quem paga à vista.
Já o governo e o Congresso não comentam o assunto.
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