Muitos dos exemplos podem ser implementados sem a necessidade de grandes investimentos e o retorno é visível perante os clientes e a sociedade. Lembre-se que ESG dever ser um processo contínuo e não pontual
Por Karin Fuchs
Nesta segunda parte da matéria sobre as práticas de ESG nas empresas de reposição automotiva, participam consultores, distribuidores, varejistas e reparadores. Algumas empresas estão mais avançadas, enquanto outras ainda estão engatinhando. Para começar, Tiago Antunes, consultor de Negócios do Sebrae SP, diz que o primeiro passo é buscar conhecimento acerca do tema.
“Informações básicas e introdutórias ao assunto podem ser encontradas com facilidade em sites de busca. Esse primeiro contato com o tema permite a compreensão da importância não só para termos um planeta saudável, mas também como um diferencial competitivo para o negócio. No entanto, eu recomendo selecionar fontes confiáveis com conteúdos adequados”, orienta.
Advogada, especialista em ESG, Ana Carolina Bastos, diz que ESG ajuda a proteger e criar valor. “Estamos falando em destaque na reputação da marca, vantagem competitiva e retenção de talentos. O ponto de partida é integrar o ESG à estratégia do negócio, com o mapeamento das atividades empresariais”, aconselha.
Ela acrescenta que práticas de ESG se aplicam a qualquer tamanho de empresa. “Principalmente aos pequenos e médios negócios. Porque eles fazem parte da cadeia de consumo, sendo responsáveis por atender as grandes empresas, e pela visibilidade e notoriedade, sendo utilizadas como critérios de desempate para contratação e venda de serviços”.
Carlos Alberto Silva, diretor de ESG da Mazars, destaca que envolver a liderança no processo de implementação de ESG é fundamental. “Seu envolvimento e liderança são imprescindíveis para o sucesso das iniciativas, não apenas apoiandoas, mas também na incorporação de princípios de ESG em sua própria conduta e tomada de decisões e na modelagem do comportamento ético e responsável, promovendo a cultura de ESG em toda a organização e na cadeia de valor”.
Plano de ação
Para definir um plano de ação, Silva informa que é preciso identificar os impactos, riscos e oportunidades ambientais, sociais e de mudanças climáticas e de governança. “Eles são materiais relevantes para a geração de valor no longo prazo, por meio estruturado denominado “Análise de Materialidade”, fundamentado nos preceitos da Dupla Materialidade: materialidade financeira e materialidade de impactos”.
Segundo Antunes, um diagnóstico de Maturidade ESG irá mostrar qual é o estado atual da empresa em relação às práticas ambientais, sociais e governança. “Para toda construção de plano de ação, um bom diagnóstico é ferramenta indispensável. Recomendo o Diagnóstico de Maturidade ESG do Sebrae por permitir entender qual é o grau de maturidade, além de dar orientações iniciais para a evolução e direções a seguir totalmente online e sem custo, tendo entendido a realidade da empresa, o plano de ação tende a ser mais efetivo”.
Ana Carolina lembra que o ESG dever ser um processo contínuo e não pontual. “Os pilares do ESG são amplos e permeiam todas as atividades da empresa. O ESG deve ser um processo contínuo e completamente integrado à cultura organizacional empresarial, podendo ser iniciado através da identificação dos riscos e oportunidades do negócio”, afirma.
Visibilidade
É sabido que cada vez mais, os consumidores estão dispostos a pagar mais por produtos feitos de forma sustentável ou que promovem a sustentabilidade. Nesse sentido, Ana Carolina comenta que estamos na era do consumo consciente, onde mais de 70% dos consumidores optam por pagar mais caro por produtos e serviços sustentáveis.
“Quando falamos de sustentabilidade, isso inclui não só a preocupação ambiental, que é de alta relevância, mas também estamos falando de sustentabilidade empresarial. Uma boa estratégia de marketing é o diferencial, com a divulgação das ações realizadas, comunicando a cultura ESG da empresa”, assegura Ana Carolina.
Antunes cita que por pesquisas recentes, 77% dos consumidores deixariam de comprar de empresas que causassem danos à sociedade e ao meio ambiente, 56% dos brasileiros…
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