AS BIG TECHS…
Semana passada que teríamos dias intensos em termos de resultados corporativos. As maiores empresas da bolsa americana – Apple (NASDAQ:) (SA:), Microsoft (NASDAQ:) (SA:), Alphabet (NASDAQ:) (SA:) (dona do Google), Amazon (NASDAQ:) (SA:) e Facebook (NASDAQ:) (SA:) – conhecidas como Big Techs divulgaram seus números.
CONFIRA: Calendário de Balanços do Investing.com
Tais empresas juntas respondem por aproximadamente 23% do índice americano e somam mais de US$ 9 trilhões de valor de mercado, logo, é normal que roubem a cena quando divulgam seus resultados. Em linhas gerais e de forma bem resumida, podemos dizer que o Google foi a big tech que apresentou o melhor resultado; a Amazon a maior decepção; Apple e Microsoft bateram as estimativas mas não trouxeram grandes perspectivas para frente; e o Facebook apesar de resultados melhores que o esperado apontou para um cenário mais complexo olhando os próximos meses.
Para o investidor, acho importante ressaltar que todas essas empresas que citei bateram as estimativas de mercado e reportaram resultados robustos com crescimento de receitas, lucros e tudo mais. Quando digo que Amazon decepcionou me refiro as expectativas de mercado. No curto prazo essas “decepções” em um ou outro resultado acabam pesando sobre a ação, mas ressalto que para o longo prazo o que importa de fato é a consistência de seus resultados, os quais, a meu ver, seguiu sendo a tônica nesse semestre.
AGREGANDO….
De forma agregada, até agora o que temos é: 91% das 275 empresas do que divulgaram resultados até agora bateram as estimativas do mercado apresentando um crescimento de lucros de 86%; e 88% delas bateram as estimativas de receitas, com um crescimento médio de 24% de receitas. Outra forma de ver essa robustez dos resultados é através da evolução da margem de lucro das empresas. De acordo com a Factset, a margem de lucro líquido agregada das empresas do S&P 500 que divulgaram seus resultados foi de 12,4%, número maior que a média dos últimos 5 anos de cerca de 10%. Confirmando-se essa margem de lucro, essa será a segunda maior margem de lucro líquido relatada pelo índice desde que a FactSet começou a monitorar essa métrica em 2008, atrás apenas do trimestre anterior.
Fonte do Gráfico: FactSet
EU FALO TUDO QUE ELA GOSTA DE ESCUTAR…
Fora os resultados tivemos, mais uma vez a autoridade monetária americana mantendo os inalterados e com um bastante “dovish” na expressão do mercado, ou seja, que aponta mais para os riscos da economia não crescer e com uma postura mais flexível em termos de política monetária.
Na última quarta-feira (28), , o presidente do Federal Reserve, afirmou que, apesar de a economia americana estar avançando rumo a suas metas, ainda existe um longo caminho até o banco central ajustar suas políticas expansionistas. Ele afirmou: “Nós temos algum caminho a percorrer no que diz respeito ao mercado de trabalho (…) Acho que ainda estamos um pouco distantes de ter progresso substancial. Eu gostaria de ver alguns números fortes de emprego”.
O mercado gosta desse discurso: juros baixos, compra de títulos, liquidez abundante. Powell falou novamente aquilo que o mercado queria escutar. Como cantava o Charlie Brown:
“Eu falo tudo que ela gosta de escutar…deve ser por isso que ela vem me procurar”
Discurso de Powell jogou juros americanos para baixo, em especial a , que atingiu a mínima de 1,23% na sexta-feira. Seu discurso também influenciou o , que se desvalorizou frente a outras moedas e gerou um salto no .
Entre altas e baixas as bolsas americanas encerraram a semana praticamente estáveis.
DIAGNÓSTICO CORRETO?
Mas, além de falar o que o mercado quer escutar, talvez o diagnóstico do Federal Reserve esteja correto.
Digo isso porque um dia depois tivemos o dado de do segundo trimestre nos EUA. Apesar do forte crescimento de 6,5% no segundo trimestre do ano, a verdade é que o número surpreendeu negativamente, dado que a expectativa era de um crescimento de 8,5%.
O dado mais fraco se deveu a menores , um consumo do governo mais fraco, bem como como um arrefecimento no mercado imobiliário. Por outro lado, o gasto dos consumidores e os investimentos das empresas seguiu forte, o que é bastante saudável para economia. Questão é que de uma forma agregada, os últimos números da economia americana têm decepcionado – o gráfico…
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