O Banco Central do Brasil (BC) deve anunciar nesta quarta-feira (13) um corte de 50 pontos-base na taxa de juros Selic. Esta é a última reunião do Copom de 2023 e as expectativas para 2024 são incertas.
A previsão do BC é reduzir os juros dos atuais 12,25% para 11,75%.
A autoridade monetária começou a reduzir a taxa básica em agosto, quando a Selic estava em 13,75%, e já fez três cortes consecutivos de 50 pontos-base devido à desaceleração da inflação nos últimos meses.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) nos 12 meses até meados de novembro atingiu 4,84%, abaixo dos 5,05% do ano anterior, aproximando-se da faixa de tolerância do BC para 2023 de 1,75% a 4,75%.
No próximo ano, a entidade tem como objetivo uma inflação entre 1,50% e 4,50%, mas os mecanismos de controle enfrentam alguns riscos, uma vez que alguns números do governo tentam aumentar a despesa pública para estimular a economia.
“No próximo ano veremos um maior debate entre as alas mais ideológicas do governo, que defendem um aumento da despesa pública num esforço para impulsionar a economia, e a ala mais técnica do governo, representada pelo Ministério das Finanças, que defende mais controle dos gastos públicos”, disse à BNamericas Luciano Rostagno, estrategista-chefe para a América Latina do Banco Mizuho.
Este ano, a economia deverá crescer 2,92%, mas apenas 1,51% em 2024, de acordo com a última pesquisa semanal do BC com 100 economistas.
“Minha estimativa é que o fim do ciclo de redução dos juros ocorrerá com a Selic atingindo 9,5% em julho de 2024, mas existe o risco de que esse cenário não se concretize, com a taxa Selic permanecendo em patamar mais elevado caso a pressão por prevalece o aumento dos gastos públicos, pois isso pressionaria a inflação”, concluiu Rostagno.
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