Preços sobem 0,28% em novembro
As chuvas e o calor encareceram os alimentos no Brasil no mês de novembro. Com isso, o IPCA subiu, mas em um percentual menor do que se previa. E a inflação anual do Brasil se manteve dentro da meta do Banco Central.
Inflação é aquele aperto que a gente sente no bolso quando vai pagar as contas. Esse aperto continua, mas perdeu um pouco a força, dizem os números do IPCA em 2023. É o que os economistas chamam de desinflação: os preços sobem em um ritmo menor do que antes.
A inflação acumulada em um ano chegou a passar de 12% no começo de 2022. Mas foi cedendo e, agora, voltou a ficar abaixo do teto da meta seguida pelo Banco Central.
“O Banco Central teve taxa de juros muito altas e isso ajudou bastante a trazer a inflação para baixo. O real, a nossa moeda, o câmbio apreciou: saiu lá de R$ 5,50 para R$ 4,90 mais recentemente. Isso torna os preços mais baixos também e, por último, teve uma super safra agrícola que ajuda nessa queda da inflação de alimentos. Tudo isso, compõe um quadro mais positivo para o cenário como um todo desse ano de 2023”, explica Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco.
Nem sempre a gente percebe os preços subindo em uma velocidade menor, porque isso depende da nossa cesta de consumo. Por exemplo, em novembro, os alimentos e bebidas puxaram a inflação de 0,28% e quando isso acontece, todo mundo nota o efeito na conta do mercado, que é uma compra obrigatória. Mas, mesmo lá, alguns preços subiram mais, outros menos e teve até queda.
O soldador Reginaldo Porfirio dos Santos levou uma costelinha para o jantar desta terça-feira (12).
“Antes, eu comprava menos carne, mas estou comprando um pouquinho mais. Mas está dando para comprar de boa”, diz.
E o aposentado Dante Saragiotto aproveitou a promoção dos ovos.
“Tenho notado uma boa diferença. Inclusive estou levando uma oferta boa”, comemora.
Já a alface subiu por causa do clima muito quente e chuvoso. O arroz também aumentou.
“É o que a gente mais usa: arroz e feijão. O arroz subiu bastante. Da última vez, eu nem comprei porque o preço estava bem alto”, conta a aposentada Vitalina Coelho.
“Tem que procurar o lugar mais barato, porque está tudo muito caro”. Muito difícil, afirma a dona de casa Neusa dos Santos Anastácio.
Os economistas explicam que mais importante que o retrato da inflação em um determinado mês, é a tendência ao longo do tempo. É ela que vai determinar a política monetária – ou seja, balizar a taxa de juros.
“Quando a gente fala de uma boa gestão da política monetária, a gente está falando não de reduzir os preços ou que eles não cresçam, mas que eles cresçam pouco. Um pouquinho suficiente para que não seja alto demais para tirar poder de compra da população, mas também não seja negativo, o que pode também gerar ali alguma crise econômica. É um nível de inflação saudável, muito próximo ao que os países mais desenvolvidos praticam”, explica o economista Renan Pieri, da FGV.
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