Bloomberg Línea — O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu cortar a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) em 0,50 ponto percentual, para 11,75% ao ano, em reunião nesta quarta-feira (13). O corte era amplamente esperado pelo mercado financeiro e já havia sido indicado pelo próprio Comitê na reunião anterior, em outubro. A decisão foi unânime.
No comunicado junto com a decisão, o Banco Central fala em manter o ritmo de cortes nas próximas reuniões – em 2024 – e afirma que a conjuntura atual demanda “serenidade” e “moderação” na condução da política monetária.
Entre os fatores de risco a serem observados estariam uma maior persistência das pressões inflacionárias globais e uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em razão de um hiato do produto mais apertado, de acordo com o Copom.
Já entre os fatores que poderiam contribuir para a desaceleração na variação dos preços estão uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada e impactos do aperto monetário sincronizado mais fortes do que o esperado.
A taxa básica de juros do país vem sendo reduzida desde agosto de 2023, depois de ficar cerca de um ano no patamar de 13,75% ao ano.
Na decisão desta quarta, o comunicado afirma que a redução dos juros não compromete o objetivo de combate à inflação, contribuindo para suavizar as flutuações da atividade econômica e fomentar o pleno emprego.
Quanto ao tamanho total do ciclo de cortes, o Comitê afirmou que ele dependerá da da evolução da dinâmica inflacionária, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.
Leia na íntegra o comunicado do Copom:
“O ambiente externo segue volátil e mostra-se menos adverso do que na reunião anterior, marcado pelo arrefecimento das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos e de sinais incipientes de queda dos núcleos de inflação, que ainda permanecem em níveis elevados em diversos países. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes.
Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica segue consistente com o cenário de desaceleração da economia antecipado pelo Copom. A inflação cheia ao consumidor, conforme esperado, manteve trajetória de desinflação, com destaque para as medidas de inflação subjacente, que se aproximam da meta para a inflação nas divulgações mais recentes.
As expectativas de inflação para 2023, 2024 e 2025 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 4,5%, 3,9% e 3,5%, respectivamente.
As projeções de inflação do Copom em seu cenário de referência* situam-se em 4,6% em 2023, 3,5% em 2024 e 3,2% em 2025. As projeções para a inflação de preços administrados são de 9,1% em 2023, 4,5% em 2024 e 3,6% em 2025.
O Comitê ressalta que, em seus cenários para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções. Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se (i) uma maior persistência das pressões inflacionárias globais; e (ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado. Entre os riscos de baixa, ressaltam-se (i) uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada; e (ii) os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado. O Comitê avalia que a conjuntura, em particular devido ao cenário internacional, segue incerta e exige cautela na condução da política monetária.
Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas.
Considerando a evolução do processo de desinflação, os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 11,75% a.a., e…
Read More: BC reduz a Selic em 0,50 ponto e sinaliza manter o ritmo de cortes