Assim como o Bank of America e o JPMorgan, o Bradesco BBI manteve a sua visão overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) no Brasil dentro de sua carteira estratégica para a América Latina, ainda que tenha reduzido ligeiramente sua exposição.
Enquanto isso, elevou o Chile de neutro para overweight. Além destes, o banco rebaixou o México para neutro (depois do desempenho positivo recente), enquanto permaneceu underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda) no Peru e na Colômbia.
Segundo relatório, os papéis na América Latina ainda são atraentes, mas enfrentam ventos contrários devido à má performance dos lucros por ação (EPS, na sigla em inglês) e ameaças da desaceleração econômica e aumento de impostos.
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Nesse sentido, o banco disse estar posicionado em empresas mais defensivas e de qualidade, enquanto também gosta das empresas chamadas “bond-proxies” (empresas cujo negócio se assemelha a um título de renda fixa de longo prazo), pois se beneficiam de futuras quedas nas taxas de juros.
Em termos de setores, o BBI está otimista com empresas defensivas de consumo, shoppings e financeiras; neutro em industriais e materiais básicos; e underweight em commodities e empresas mais cíclicas de consumo e construção.
Os estrategistas pontuam que o índice MSCI Brasil está sendo negociado a um valuation atrativo, de 6,7 vezes o Preço/Lucro, desvio padrão de 1,5, abaixo de sua média histórica, e o prêmio de risco de ações ainda está em 8,9 pontos percentuais (p.p.). Dessa forma, eles acreditam que o Brasil enfrenta agora três pontos de inflexão que podem ajudar a estabelecer uma tendência de compressão de risco no futuro:
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1. Ajustes estruturais estão no topo da lista de prioridades, incluindo ajuste fiscal e reforma tributária
O banco aponta que, à medida que o governo fornece mais detalhes sobre o ajuste fiscal, o desafio passa para a sua execução.
Os estrategistas esperam que a Câmara dos Deputados aprove a nova regra fiscal em maio, e o Senado, até o recesso do meio do ano, em meados de julho. O plano do governo provavelmente enfrentará mais dificuldades no Congresso em relação às tentativas de aumentar as receitas.
“Na nossa visão, para cumprir a promessa de zerar o déficit primário em 2024, o governo precisará aumentar a arrecadação em R$ 54 bilhões esse ano e em R$ 43 bilhões no próximo ano”, afirmam.
Outro passo importante é a Reforma do IVA (Imposto sobre Valor Agregado, modelo de unificação de impostos). Os estrategistas esperam que uma proposta para a reforma do IVA seja apresentada na segunda quinzena de maio. Como a legislação é por meio de PEC, exige 60% dos votos em duas sessões de votação em cada casa. “No nosso caso base, o Congresso o aprovará até o final de 2023, o que seria um sinal positivo, criando condições para tornar a economia brasileira mais eficiente”, apontam os analistas.
2. Mercado de trabalho e inflação
O BBI aponta que os dados do mercado de trabalho estão em um ponto de inflexão, com a taxa de desemprego prestes a aumentar enquanto os salários…
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