Após um mês de outubro de queda de quase 3% do Ibovespa com os temores sobre permanência de juros altos pelos principais Bancos Centrais do mundo ganhando destaque no mercado, novembro começa com foco nas decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.
As projeções do mercado são praticamente unânimes e os analistas de mercado veem pouco espaço para surpresas nos comunicados. Dito isso, qualquer indicação considerada “fora da curva” pelos investidores pode levar a uma expressiva reação do mercado nos próximos dias.
Com relação à decisão do Fomc (Federal Open Market Committee), do Federal Reserve dos EUA e agendada para as 15h (horário de Brasília), a expectativa é de manutenção das taxas de juros entre 5,25% a 5,5%, mas mantendo aberta a possibilidade de um aumento em dezembro, aponta a Guide.
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A economia forte dos EUA é um dos fatores, se não o mais importante, que justifica uma possível postura cautelosa do Fed. Por outro lado, o Fomc deve reconhecer que a alta dos juros longos na curva também serve como risco baixista para a atividade econômica, e em última instância para a inflação. Esse último ponto inclusive já foi mencionado pelo presidente do Fed, Jerome Powell, e outros dirigentes.
Além disso, há expectativa de que o Tesouro dos EUA anuncie um novo aumento nas emissões de dívida hoje, divulgado em seu plano trimestral de gestão da dívida. Um evento importante dado que a questão fiscal tem sido uma das principais responsáveis pela abertura da curva de juros por lá, avalia a Guide.
Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, também aponta que, nos Estados Unidos, o mercado espera por uma manutenção dos juros, mas ainda não compra a ideia de que o Fed conseguirá segurar a inflação.
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“Isso fica muito claro quando vemos a curva mais longa de juros. Os Treasuries de 10 anos, por exemplo, chegam a remunerar quase 5%. Claro que não é só a inflação que pesa. Há a questão fiscal americana, com a incerteza pela eleição do presidente da Câmara dos Deputados para debater justamente o orçamento, mas inflação alta e uma atividade forte como aconteceu após a divulgação do último PIB reforçam esse cenário”, aponta a economista.
Com isso, o foco do mercado na decisão ficará por conta da entrevista coletiva de Jerome Powell e o que ele irá sinalizar, tanto sobre a visão do Fed para inflação quanto para o crescimento dos EUA.
“Nesse sentido, considero muito ruim vir o payroll [relatório de emprego] dois dias após a decisão [na próxima sexta-feira, 3]. O ideal seria vir antes, já que o payroll é um balizador super importante para a política monetária. O último número, por exemplo, veio muito acima do esperado e praticamente anulou os resultados positivos do mercado de trabalho até então. A depender do que o Powell fale, a depender especialmente desse payroll e dos próximos números de inflação, ainda há espaço para se precificar uma alta, mas na nossa visão o ciclo foi encerrado, pelo menos até o final de 2023″, avalia.
A Ágora também aponta que, apesar de todos os desafios postos a…
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