Nada como um dia após o outro. Os agentes do mercado mostraram sua aversão à nomeação de Fernando Haddad para a Fazenda desde o começo, mas hoje todos se entenderam e ficaram felizes. Em um evento para o mercado financeiro, Haddad disse que o governo deve antecipar o anúncio do novo arcabouço fiscal para março (era abril). O ministro viu os sorrisos e aproveitou para reforçar sua insatisfação com a Selic. O mesmo fez o vice-presidente Geraldo Alckmin. Mas tudo bem, os portões da satisfação, do alívio e dos ganhos já haviam sido abertos, como em um passe de mágica, com os agentes do mercado dizendo que passado é passado e olhar para frente é muito mais frutífero. Os ganhos foram gerais. A Vale (VALE3) subiu 2,18% e quando a mineradora sobe é difícil a bolsa não ir no mesmo caminho, ainda mais com a Petrobras (PETR4), ajudando com alta de 0,15%. Mas a Vale teve mais ajuda: os bancos subiram com amplitude, dessa vez sem exceções, especialmente o Bradesco (BBDC4), com mais 3,93%; Hapvida (HAPV3) subiu 7,64%, liderando o principal índice brasileiro; a B3 (B3SA3) avançou 1,31%, em dia que divulgou dados operacionais levemente negativos; o varejo ganhou, com Via (VIIA3) se destacando positivamente, mais 5,58%, enquanto Magazine Luiza (MGLU3) despencou 4,19% – único nome do setor no negativo. A Azul (AZUL4) teve o 1º pregão no azul em oito dias, com mais 5,13%, um alívio momentâneo. WEG (WEGE3), que divulgou um balanço do 4T22 considerado bom, ganhou 1,36%. Na contramão, Totvs (TOTS3) também divulgou balanço, mas não foi bem visto e o ativo caiu 4,16%. Ontem na tristeza, hoje na alegria, a gangorra de emoções do mercado segue ativa. Amanhã tem reunião do Conselho Monetário Nacional: governo federal e BC vão se entender de vez? (Fernando Lopes)
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