O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil avaliou em sua última reunião, encerrada no dia 13 de dezembro, que o houve um progresso desinflacionário relevante no país, mas considerou que ainda há um caminho longo a percorrer para a ancoragem das expectativas e o retorno da inflação à meta, “o que exige serenidade e moderação na condução da política monetária”. A avaliação está na Ata da reunião, divulgada nesta terça-feira (19).
Para os diretores do BC, a incerteza no cenário internacional, que tem se mostrado volátil, prescreve cautela na condução da política monetária. “O Comitê relembrou que a incorporação de cenários e variáveis exógenas, como a dinâmica fiscal ou o cenário externo, se dá por meio de seus impactos na dinâmica prospectiva de inflação, sem relação mecânica com a determinação da taxa de juros”, diz o texto
Segundo a Ata, o cenário doméstico tem caminhado em linha com o esperado, com a sequência da trajetória desinflacionária dos núcleos e da inflação de serviços, reforçando a dinâmica benigna recente da inflação. “Além disso, dados recentes sugerem moderação da atividade econômica, como antecipado pelo Comitê”, afirma o texto da Ata.
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No entanto, foi comentado que a desancoragem das expectativas de inflação para prazos mais longos se manteve desde a última reunião do Copom. “Por fim, as projeções de inflação no horizonte relevante não se alteraram significativamente, mantendo-se acima da meta.”
Antes de optar por um novo corte de 50 pontos-base na Selic, o Comitê também debateu qual a estratégia e a extensão de ciclo apropriados em cada um dos cenários econômicos apresentados.
“Optou-se por manter a comunicação recente, que já embute a condicionalidade apropriada em um ambiente incerto, especificando o curso de ação caso se confirme o cenário esperado.”
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Com relação aos próximos passos, os membros do Comitê concordaram unanimemente com a expectativa de cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões e avaliaram que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário.
“Tal ritmo conjuga, de um lado, o firme compromisso com a reancoragem de expectativas e a dinâmica desinflacionária e, de outro, o ajuste no nível de aperto monetário em termos reais diante da dinâmica mais benigna da inflação antecipada nas projeções do cenário de referência”, diz a Ata.
Por fim, o Comitê debateu a extensão do ciclo de ajustes na política monetária. O Comitê disse perceber a necessidade de se manter uma política monetária ainda contracionista pelo horizonte relevante para que se consolide a convergência da inflação para a meta e a ancoragem das expectativas.
“Enfatizou-se novamente que a extensão do ciclo ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do…
Read More: BC cita progresso desinflacionário, mas mantém ‘serenidade e moderação’