O Ibovespa encerra 2022 com alta de 4,69%, em um ano marcado por forte elevação da Selic e volatilidade com o cenário eleitoral no país. No exterior, o aperto monetário nas principais economias para combater a inflação elevada, guerra da Ucrânia e desaceleração afetaram o mercado.
Contudo, enquanto o Ibovespa registrou um avanço pouco empolgante, os extremos do índice foram de alta de mais de 140%, caso da Cielo (CIEL3), à queda de mais de 78%, como foi o caso do IRB (IRBR3), que se despede do índice no ano que vem.
Confira os maiores destaques de alta e baixa do Ibovespa neste ano e o que esperar para 2023:
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Maiores altas
1. Cielo (CIEL3): +140,2%
As ações da Cielo tiveram um 2022 de redenção na Bolsa após fortes quedas nos anos anteriores, em que a empresa de maquininhas sentiu impacto de uma maior concorrência e registrou fortes quedas.
O ano foi marcado por diversas elevações de recomendação para os papéis da companhia, com os analistas vendo melhoras nos resultados, com maior controle de custos, recuperação de participação de mercado com maior rentabilidade.
Entre as elevações de recomendação, no final de maio, o JPMorgan elevou a recomendação da ação da Cielo de neutra para ‘overweight’ (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra), com um preço-alvo de R$ 5. O banco também destacou a companhia como a sua preferida no setor de pagamentos.
A elevação de recomendação pelos analistas ocorreu após cinco anos entre recomendações neutra e underweight (exposição abaixo da média do mercado) pelo banco. Também na visão da casa, a credenciadora de maquininhas apresentou melhora operacional; os últimos balanços apresentados pela companhia corroboram essa visão.
Em agosto, foi a vez do Credit Suisse de elevar a recomendação para os ativos.
Em dezembro, o UBS BB subiu a sua recomendação para equivalente à compra, com o preço-alvo em doze meses sendo também elevado de R$ 4,50 para R$ 7. “Elevamos a Cielo para recomendação de compra dados os resultados operacionais sequencialmente melhores, suportados pela expansão do rendimento no segmento de cartão de cerca de 5 pontos-base na comparação anual, crescimento do TPV [volume total de pagamentos] de cerca de 12%, custos sob controle e valuation atrativo”, avaliaram Kaio Prato, Bruna Werneck e Leandro Leite, analistas que assinam o relatório do banco.
Também em dezembro, o BTG Pactual também reforçou a sua recomendação de compra para os ativos CIEL3. “A Cielo manteve o controle de custos, crescendo as despesas abaixo da inflação e, mais importante, menos do que os volumes, garantindo ganhos de alavancagem operacional decentes”, apontou o BTG em relatório neste mês, com preço-alvo de R$ 7 para os ativos.
Antes disso, no fim de novembro, o Santander elevou o preço-alvo para 2023 de R$ 6 para R$ 7,50 para CIEL3, reforçando recomendação de compra, destacando que a companhia tende a se destacar em relação a seus pares, por ter uma maior capacidade de repassar os custos para seus clientes. Levando em conta a expectativa de que a Selic continue elevada em 2023, os analistas do Santander elevaram o preço-alvo.
O ano de 2023 trará desafios para a empresa com o cenário de desaceleração do PIB (Produto Interno Bruto), além da inflação esperada, o que impacta negativamente o volume total de pagamentos (TPV) da companhia.
“Independentemente disso, a vantagem competitiva dos adquirentes de bancos em um ambiente de alta da Selic e o gap de receita positivo quando a Selic continua caindo nos levam a esperar um 2023 favorável pela frente para a Cielo”, aponta.
2. PRIO (PRIO3): +80,02%
A visão do petróleo resiliente e a rotação de ativos da Petrobras para os ativos da PRIO impulsionaram os papéis no ano.
Ainda em destaque, neste ano, a companhia seguiu com suas estratégia de aquisições, com destaque para a combinação de negócios com Dommo Energia (DMMO3).
Para o Itaú BBA, a PRIO se beneficiará do aumento da participação nas receitas do cluster Polvo e Tubarão Martelo e do potencial uso dos créditos fiscais da Dommo. O time de análise da Levante Investimentos enxerga a “transação como positiva para a PRIO, que além de adquirir a totalidade do cluster, que ela já opera, ainda leva um bom montante de créditos tributários”.
Os analistas do banco…
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