MELHOR QUE A ENCOMENDA: AMIGUINHOS NO COPOM
Nesta quinta-feira, os mercados asiáticos seguiram o movimento de baixa de Wall Street após a Fitch Ratings cortar a classificação de crédito do governo dos Estados Unidos.
O benchmark do mercado de Tóquio teve uma queda de quase 1,5%, enquanto Xangai, Hong Kong e Seul também registraram quedas.
No entanto, alguns ativos chineses conseguiram se manter em alta devido à resiliência dos índices PMI de serviços.
Ontem, o mercado americano teve sua maior queda em meses, influenciado pelo rebaixamento da Fitch e pela percepção de que as contas públicas dos EUA estão se deteriorando, o que gerou um sentimento pessimista que se espalhou globalmente.
Os mercados europeus também estão em queda hoje, acompanhados pelos futuros americanos que enfrentam dificuldades nesta manhã.
Embora seja possível minimizar o impacto direto do rebaixamento da nota de risco soberano dos EUA, a decisão desencadeou uma onda de aversão ao risco nos mercados de ações globais, levando os investidores a realizar lucros após uma forte alta nos meses anteriores.
A agenda internacional ainda reserva mais resultados corporativos e a reunião de política monetária do Reino Unido.
Enquanto isso, no cenário doméstico, além dos números corporativos do trimestre encerrado em junho, os investidores estão avaliando os desdobramentos da conclusão do Copom de ontem.
Todo esse contexto contribui para a volatilidade e incerteza nos mercados, com os investidores reagindo a cada novo desenvolvimento.
A ver…
00:54 — O melhor dos mundos
No Brasil, finalmente foi dado início ao ciclo de flexibilização da política monetária, como já tínhamos previsto.
A notícia trouxe alegria a todos, pois não apenas a taxa Selic foi reduzida em 50 pontos-base, para 13,25% ao ano, mas também houve um alinhamento positivo entre Roberto Campos Neto, o presidente do Banco Central, e Gabriel Galípolo, o novo diretor de política monetária.
Conforme havíamos discutido, havia espaço para um corte de 50 pontos, em vez de 25 pontos, o que, embora fosse mais consistente com a comunicação recente do BC, eliminou a possibilidade de pressão por parte do governo em relação à entrada de Galípolo no comitê.
O placar foi de 5 a 4, sendo que Roberto Campos Neto utilizou o voto de minerva para mostrar alinhamento com Galípolo e evitar perda de credibilidade do BC. Excelente jogada.
Ontem, as ADRs (American Depositary Receipts) brasileiras listadas no exterior estavam em alta no “after-market” de Nova York. O mesmo padrão foi observado no “pre-market” de hoje.
A repercussão local tende a ser positiva hoje, com mais devolução de prêmio em diferentes vértices na curva de juros.
Além disso, parte do mercado esperava um corte de 25 pontos ontem, e isso precisará ser ajustado agora.
Vale destacar que o comitê ainda projetou cortes de mesma magnitude para os próximos três encontros de 2023, o que levará a Selic para 11,75% até o final do ano – uma previsão que também precisa ser refletida nos preços dos ativos.
Outro ponto relevante é que todos os membros do comitê concordaram unanimemente com mais cortes de mesma proporção nas próximas reuniões, o que esvaziou a falta de unanimidade no encontro de ontem.
Com isso, fica claro que a saga de redução dos juros está apenas começando, e o primeiro movimento foi mais dovish (flexível) do que o esperado.
O mercado deve ficar atento aos próximos desdobramentos e como as decisões do BC irão influenciar a economia e os investimentos nos próximos meses.
01:59 — A reação foi dura
Nos EUA, a notícia do rebaixamento da nota pela Fitch Ratings, na noite de terça-feira, da dívida de longo prazo dos EUA de AAA para AA+, teve uma repercussão negativa.
A agência citou o impasse do teto da dívida nesta primavera como um dos principais motivos para a decisão.
Esse rebaixamento foi um golpe duro para os EUA, uma vez que o sistema financeiro global confia na promessa de que o governo sempre pagará suas dívidas, o que torna o dólar americano a moeda mais amplamente mantida em todo o mundo.
Esse downgrade ameaça complicar essa confiança e sua posição no cenário internacional.
Historicamente, durante o impasse do teto da dívida em 2011, a Standard and Poor’s também rebaixou a nota da dívida dos Estados Unidos pela primeira vez na história.
O rebaixamento ocorreu numa tarde de sexta-feira, dando aos investidores…
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