O Bank of America classifica como alta a probabilidade da Petrobras (PETR3;PETR4) pagar dividendos extraordinários, o que poderia ‘bombar’ os retornos no segundo semestre de 7% para 17%.
Os analistas Caio Ribeiro, Leonardo Marcondes e Christopher Kuplent levantam dois pontos para sustentar essa posição. São eles:
- a empresa não possui uma reserva estatutária e, portanto, não pode reter excesso de caixa;
- o governo brasileiro apoia distribuições extraordinárias devido ao seu objetivo de zerar seu déficit fiscal em 2024;
Para o banco, a empresa pode pagar até US$ 15,8 bilhões no segundo semestre, rendimento de 17%. O rendimento mínimo seria de 7%.
Em 2024, o BofA prevê dividendos de US$ 19,5 bilhões, assumindo o petróleo Brent a US$ 90 o barril.
Ainda segundo o BofA, os rendimentos da empresa são mais sensíveis aos preços do petróleo – uma vez que a sua geração de caixa é impulsionada principalmente pelo segmento upstream (parte da cadeia produtiva que antecede o refino).
“Assumindo preços do petróleo de US$ 80/bbl, estimamos o potencial de retorno de caixa total da Petrobras (incluindo distribuições extraordinárias) com um rendimento de 15,7% (queda de 550 pontos base) versus a média das companhias petrolíferas internacionais de 8,2% (queda de 60 pontos base) em 2024”, coloca.
Política de preços da Petrobras e os dividendos
Os analistas dizem que entender a política de preços é fundamental para prever o potencial de geração de caixa.
Até o momento, nota o trio, a política de preços de combustíveis da Petrobras passou no seu primeiro teste de estresse.
Eles observam que desde o final de junho, os preços do petróleo subiram cerca de 20%, o que levou a empresa a anunciar um aumento tanto do gasóleo como da gasolina de 25,8% e 16,3%, respetivamente, em meados de agosto.
Pelos cálculos do BofA, assumindo o preço do petróleo a US$ 90/bbl, cada defasagem de 10% (tanto no diesel quanto na gasolina) contra a paridade internacional afeta a geração de caixa da Petrobras em cerca de US$ 6 bilhões.
O BofA vê defasagem dos preços internacionais de 13% para o diesel e 4% para a gasolina.
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