Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em instabilidade. A semana termina com o mercado ressabiado diante de possíveis novos aumentos dos juros patrocinado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Nesta semana, o Fed manteve os juros entre 5,25% e 5,50%, mas deixou claro que novos aumentos devem acontecer até o fim do ano, além de confirmar que as taxas deverão ficar em patamares elevados por mais tempo, até que a inflação volte à meta de 2%.
Hoje pela manhã, o Banco do Japão (BoJ) manteve inalterada sua política monetária, de deixar os juros a -0,1% e o dos rendimentos de títulos a 0%. A decisão foi unânime. Também foi divulgada a inflação de agosto japonesa, chegando a 3,2%. O índice ficou 0,1% abaixo do registrado em julho, quando ficou em 3,3%. Já na área da capital japonesa, Tóquio, o índice de preços ao consumidor de agosto ficou em 2,9%, abaixo dos 3,2% registrados em julho.
Por aqui, o mercado também não ficou muito animado com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de cortar a Selic em 0,50 ponto percentual (p.p.), o que já era esperado. Mas o andamento da reforma tributária e a possibilidade do déficit zero nas contas do governo para 2024 parecer cada vez mais inatingível, deixam os investidores com sensação de que o Banco Central pode diminuir a ritmo de queda na Selic em breve.
A arrecadação total das Receitas Federais atingiu, em agosto de 2023, o valor de R$ 172,7 bilhões, registrando decréscimo real (IPCA) de 4,14% em relação a agosto de 2022. No período acumulado de janeiro a agosto de 2023, a arrecadação alcançou o valor de R$ 1,517 trilhão, representando um decréscimo pelo IPCA de 0,83%. Foi a terceira queda consecutiva na arrecadação do governo.
O economista Tiago Sbardelotto, da XP, disse que a queda nos preços das commodities e, em menor medida, a desaceleração econômica afetaram tanto os tributos sobre lucros quanto o imposto de importação.
Segundo Sbardelotto, a receita ligada a essa contribuição continua muito abaixo do esperado, pois a exclusão dos créditos de ICMS de sua base de cálculo, que poderia gerar um ganho de cerca de R$ 4,6 bilhões por mês (de acordo com estimativas do governo) a partir de junho, ainda não mostrou efeitos significativos. Por fim, os ganhos com medidas temporárias, como o imposto de exportação sobre petróleo bruto ou o programa de redução de litígios, foram menores do que o esperado.
Ontem, a Bolsa brasileira encerrou o pregão desta quinta-feira em forte queda de 2,16%, aos 116.123,66 pontos. O volume financeiro do mercado foi de aproximadamente R$ 19,3 bilhões, seguindo as baixas dos mercados no exterior, com investidores rebaixando suas expectativas após as sinalizações mais duras dadas pelo banco central dos Estados Unidos, na sessão da véspera. O movimento negativo também refletiu nas commodities, impactando pesos pesados do Ibovespa, como Vale e Petrobras.
Em Brasília, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou o compromisso do governo federal com a meta fiscal após o Banco Central incluir em seu comunicado após a decisão do Comitê de Política Monetária (Compom) a importância de cumprir a meta fiscal estipulada.
“Com o apoio do Congresso, tenho certeza de que vamos continuar avançando, no sentido correto, de não aprovar novas despesas, novas desonerações, e corrigir as distorções tributárias que acumulamos nos últimos anos”, explicou Haddad.
No setor corporativo, a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) informou que conseguiu na Justiça a suspensão do bloqueio judicial de suas contas bancárias no valor de R$ 346 milhões. A decisão foi proferida pelo desembargador Fábio Torres de Sousa, do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) tinha conseguido uma decisão liminar da Justiça determinando o bloqueio deste valor da Usiminas, sediada em Ipatinga, no Vale do Aço. A decisão atendeu ao pedido do MPMG que propôs uma Ação Civil Pública (ACP) contra a empresa, em julho deste ano, requerendo reparação por dano moral coletivo em razão da emissão de poluentes em desacordo com os padrões especificados pela legislação ambiental em vigor, causando poluição atmosférica.
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