Presidente da autoridade monetária diz que agências de risco mencionam o BC como um motivo para a melhora do grau de risco
o presidente do Banco Central (Banco Central), Roberto Campos Neto, disse que a autoridade monetária é parceira do governo federal. A fala foi em resposta ao deputado Lindbergh Faria (PT-RJ) durante sessão da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados nesta 4ª feira (27.set.2023).
“A gente tem tentado trabalhar para melhorar a situação. O Banco Central é parceiro”, disse. O presidente do BC afirmou que o governo comemorou a melhora no rating de risco das agências de risco. Declarou que todas os relatórios têm uma menção de que parte da melhoria se deve ao trabalho do Banco Central.
“Não estou dizendo que o Banco Central está trabalhando sozinho. E nem sou eu. O Banco Central é muito mais do que Roberto Campos. Eu só estou dizendo que o Banco Central trabalha para melhorar a situação do país”, disse.
Em sua fala, Lindbergh afirmou que Campos Neto se acha o presidente da República. Criticou as opiniões da autoridade monetária sobre os temas fiscais e a autonomia da instituição pelo número de reuniões da diretoria com os bancos.
O petista foi o responsável pelo convite a Campos Neto. Queria que ele explicasse uma informação contábil errada publicada pela autoridade monetária em janeiro deste ano. Eis a íntegra da apresentação de Campos Neto (4 MB).
O presidente do BC declarou que as projeções para o crescimento do país estão sendo revisadas para cima e tem inflação com uma das melhores performances na América Latina.
INVESTIMENTO NO EXTERIOR
Campos Neto disse ser a favor da tributação dos superricos, como offshores e fundos exclusivos. Afirmou que, no governo Bolsonaro, um projeto de lei em discussão no Congresso indicava uma alíquota de 6% de taxação. Ele foi contrário: “A alíquota da taxação tinha que ser mais alta. Eu pedi que fosse 10%. Eu acho 6% baixo”, declarou.
Em sua fala, Lidndbergh disse ser imoral um presidente do BC ter dinheiro no exterior para não pagar imposto. O petista fez uma série de perguntas sobre investimentos de Campos Neto no exterior. Leia:
- “O senhor possui ou possuiu empresa offshore?”;
- “O senhor modificou uma lei no ano passado através de uma portaria que dizia que todo brasileiro que tivesse acima de US$ 100 mil tinha que informar o Banco Central. O senhor mudou isso para US$ 1 milhão?”
- “O senhor tem fundo exclusivo?”;
- “Nesse fundo exclusivo, se o senhor tiver, tem investimento em título do Tesouro Direto? É remunerado pela Selic ou pelo IPCA?”;
- “O senhor faz parte/tem/compôs da estrutura societária de empresas assets internacional?”.
O presidente do Banco Central respondeu que tem offshores e que estão declaradas ao Senado desde o 1º dia que assumiu o cargo, em 2019. Declarou que tem há 15 ou 20 anos e que tem 3 irmãos americanos que moram no exterior.
“Eu não sabia se algum momento eu ia morar lá ou ia morar aqui. O que a regra diz é que você nunca mexe na offshore [quando for presidente do BC] ou você faz um trust, e você terceiriza a gestão. Eu já mostrei todos os certificados mostrando que eu nunca movimentei. Isso já foi resolvido no STF”, disse.
Sobre o brasileiro que tem mais de US$ 1 milhão no exterior, Campos Neto declarou que o Banco Central tem uma estatística que não cruza com a Receita Federal.
“É simplesmente a gente para a gente ter uma estatística de quanto dinheiro tem lá fora. O que os funcionários do Banco Central me disseram é que quando a gente tinha um valor muito baixo, tinha muita gente que a gente tinha que pegar e que o valor estatístico desse grupo era muito pequeno”, declarou. “Foi uma sugestão do corpo técnico do Banco Central. Deve estar documentado se quiserem saber”.
JUROS E ENCONTROS
O deputado Lindbergh Faria disse que Campos Neto teve uma reunião com André Esteves, do Banco BTG Pactual, antes de decidir a taxa básica, a Selic. Afirmou que tem gravações do encontro.
O presidente do BC declarou que nunca consultou Esteves sobre os juros. Afirmou que ligou para alguns banqueiros para tratar da Poupança, no período em que as taxas de juros estavam baixas, em 2%.
“Quando a gente falava de lower bond: será que a gente vai atingir um juros baixo que vai gerar um problema prudencial, ou seja no balanço dos bancos?. O que a gente fez foi ligar para alguns bancos para ver se…
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