A exemplo do que acontece por aqui, com nossa Taxa Selic, o FED ajusta as taxas de juros conforme o cenário econômico. Sendo assim, em períodos de desaceleração econômica, as taxas são reduzidas, para estimular o consumo e os investimentos na cadeia produtiva.
Por outro lado, quando a economia está muito aquecida, o aumento das taxas é o mecanismo que o Banco Central utiliza para inibir consumo e controlar a inflação.
O mercado de ações é diretamente impactado por essas medidas, por razões óbvias: as empresas listadas em bolsa são o motor da economia. Taxas baixas significam dinheiro barato para empresas e consumidores, impulsionando a demanda por bens e serviços. Isso aumenta os lucros das empresas e os preços das ações. Inversamente, com o aumento das taxas, os empréstimos se tornam mais caros, reduzindo o consumo, inibindo os resultados das empresas e, dessa forma, fazendo com que os preços das ações caiam.
Como a taxa de juros norte americana impacta a bolsa brasileira
No caso do Brasil, um aumento nas taxas de juros dos EUA pode levar a uma saída de capital estrangeiro, que tende a preferir a segurança dos títulos do governo norte-americano. Isso pressiona nossa moeda, tornando os ativos brasileiros menos atraentes para os investidores estrangeiros, o que pode resultar na queda do Ibovespa.
O que ocorre é praticamente um efeito em cadeia:
- Aumenta a demanda por dólares: quando investidores estrangeiros se desfazem de suas posições em bolsa brasileira, normalmente os ganhos são convertidos em dólares, pressionando a demanda por esta moeda. E, como você certamente já entendeu, o aumento da demanda, eleva o câmbio;
- Dívidas em dólar mais caras: esse é um efeito imediato da subida do dólar e que impacta o resultado de muitas empresas listadas em nossa bolsa. E, se impacta resultados, obviamente, mexe também com suas cotações no mercado.
- Percepção de preço e valor são alteradas: o mercado financeiro é um organismo vivo, que se movimenta de acordo com expectativas. Sendo assim, quando um grande volume de investidores estrangeiros começa a sair da bolsa brasileira, isso afeta a confiança do mercado e os investidores locais também começam a ficar mais reticentes e a reavaliar suas posiçoes em bolsa;
Risco x Retorno é o que determina para onde o dinheiro se movimenta
É claro que a saída de investidores estrangeiros da bolsa brasileira e a valorização do dólar não são eventos correlacionados de forma linear e estanque. Na verdade, ambos os eventos são influenciados por uma combinação de inúmeros fatores políticos, macroeconômicos, além de outros mais pontuais, e tudo isso pode criar diferentes motivações no comportamento dos investidores como um todo.
O que eu desejo, ao trazer essas informações, é que você tenha em mente que os investidores estrangeiros são responsáveis por mais de 50% da movimentação da bolsa de valores brasileira.
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A movimentação do capital dessas empresas, com maior exposição ao risco, ocorre quando economias sólidas não estão oferecendo rentabilidade atrativa e baixo risco, que é exatamente o que ocorre hoje, com a política monetária dos Estados Unidos.
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Chego ao ponto do artigo em que decepciono aqueles leitores que vêm em busca…
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