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O presidente do Banco Central compareceu a reunião na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. Durante o encontro, ele defendeu um “pouso suave” da economia. O repórter Marcello Larcher nos conta o que ele quis dizer com isso aos deputados.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu a atual condução da política monetária em debate na Câmara dos Deputados. Ele ressaltou que a inflação segue em queda, reconheceu que os juros no Brasil são altos e espera melhoria nos indicadores com um esforço fiscal do governo.
Segundo Campos Neto, a economia segue em uma “trajetória de pouso suave”, com desempenho melhor do que muitos países.
Roberto Campos Neto: Então, o que que é o pouso suave? É você trazer a inflação para baixo, com o menor custo possível para a sociedade. Como é que a gente mede isso? A gente mede o quanto você consegue trazer de inflação para baixo, comparado com o efeito no PIB, com o efeito no desemprego e com o efeito no crédito.
Os dados do Banco Central mostram que a inflação caiu 8,7 pontos percentuais entre 2022 e 2023, ao mesmo tempo em que houve uma variação negativa de 0,3 ponto percentual na estimativa de crescimento do PIB. Hoje, a expectativa do mercado é de inflação de 4,86% neste ano e de crescimento do PIB de 2,92%.
Em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, para 12,75% em valores nominais – uma das mais altas do mundo. O colegiado decidiu, por unanimidade, que mais adiante poderá haver novos cortes de 0,5.
Roberto Campos Neto: Mas quando a gente pega as taxas de juros nominais no Brasil, e compara diversos períodos, a gente vê que o período de 2019 a 2023, na média, ele é o período de menor juros da história recente.
Essa média foi de 7,6% ao ano, contra cerca de 19% entre 1999 e 2006 e 11% entre 2007 e 2018.
Além da política monetária, o presidente do Banco Central foi convidado pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara para explicar um erro no fluxo cambial de cerca de R$ 14,5 bilhões de reais, entre outubro de 2021 e dezembro de 2022. Corrigido o erro, o mercado de câmbio passou a ser deficitário.
Ao responder os questionamentos do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), Campos Neto disse que houve uma falha operacional, que já foi saneada. Ele minimizou o caso, afirmando que a diferença equivalia a 0,4% de todo o mercado de câmbio, e informou que o Tribunal de Contas da União já deu o aval àquelas estatísticas.
Durante o debate, Lindbergh Farias também criticou avaliações do Banco Central sobre temas fiscais.
Lindbergh Farias: Aqui o Banco Central quer dar uma de tutor, de censor, eles querem ditar. É uma interferência completa na política econômica do governo.
Mas o presidente do Banco Central rebateu as críticas dizendo que a autoridade monetária sempre falou sobre temas fiscais nas atas do Copom, e isso não é uma novidade.
Em defesa do presidente Campos Neto, o deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), um dos vice-líderes da oposição ao governo Lula, disse que a avaliação externa da atuação do Banco Central tem sido positiva.
Evair Vieira de Melo: Pelos indicadores, possivelmente, eu acho que acompanhando os bancos centrais do mundo inteiro, o Banco Central deverá ser eleito o melhor banco central do mundo novamente em 2023, repetindo um case de sucesso. Isso em eleição entre os presidentes de banco central.
Em 2020 e 2022, Campos Neto ganhou prêmios pela atuação na pandemia, e o BC, em 2023, pela gestão das reservas.
Da Rádio Câmara, de Brasília, com informações de…
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