Em agosto deste ano, o Banco Central do Brasil detalhou o seu projeto para lançar uma versão digital do real, o Drex. O sistema ainda está em fase de testes, junto a instituições do mercado financeiro e empresas de tecnologia, mas já causa dúvidas entre o público. Confira perguntas e respostas sobre a nova tecnologia e a moeda.
O que é o Drex?
O Drex é a representação digital do real, a moeda brasileira oficial. Essa moeda será emitida na plataforma digital do Banco Central (BC) e registrada em blockchain. O real tradicional continuará a existir, tanto no formato de cédulas e moedas, quanto nos depósitos em bancos (que vemos apenas no saldo da conta corrente, por exemplo).
O Brasil não é o único país a criar uma moeda digital oficial. No mundo, esse tipo de iniciativa se chama moeda digital de banco central (CBDC, de Central Bank Digital Currency, em inglês).
Drex também é o nome da plataforma que será usada. “Essa plataforma que conseguirá trazer os benefícios da tokenização de ativos, de uma transformação digital para o universo. O Drex é uma tecnologia distribuída, que chamamos de DLT [Distributed Ledger Tecnology, ou tecnologia de registro distribuído, em tradução livre], que traz o uso do blockchain”, afirma Carolina Sansão, diretora de inovação da Febraban.
Qual é a diferença entre PIX e Drex?
O PIX é uma forma de pagamentos e transferências instantâneas de dinheiro, operada pelo Banco Central. Ou seja: é o sistema pelo qual o dinheiro é transferido.
Já o Drex é o dinheiro em si, a própria moeda. A plataforma Drex também permitirá pagamentos e transferências, mas sua principal vantagem é unir essa transferência a uma outra função, como um contrato inteligente.
Qual a vantagem do Drex sobre o real tradicional?
Por usar a tecnologia do blockchain (a mesma das criptomoedas), o Drex vai permitir a criação de contratos inteligentes integrados ao dinheiro. Isso torna o dinheiro “programável”.
Um exemplo que vem sido muito usado pelo Banco Central é em transações que envolvem várias partes e que hoje dependem de terceiros, como a venda de um imóvel. Com o Drex, seria possível programar o dinheiro para que a transferência da titularidade do imóvel seja feita no mesmo momento da transferência do dinheiro. Outra alternativa seria criar “regras” sobre como o dinheiro pode ser usado, por exemplo, permitindo apenas a compra em determinada loja ou para determinados itens.
O Banco Central também afirma que operações podem ficar mais seguras e baratas com o Drex, e aponta a possibilidade de desenvolvimento de novos tipos de produtos e serviços financeiros digitais.
“A solução do Drex é focada justamente em dar um passo a mais na digitalização e usar a tecnologia no que ela tem de melhor. O projeto busca extrair o melhor do blockchain, o melhor da indústria financeira, da segurança e da escalabilidade para entregar valor e resolver algumas ineficiências que o sistema ainda tem, dando mais eficiência a alguns modelos de negócio”, afirma Carlos Oliveira, diretor executivo da ABFintechs.
O preço do Drex vai flutuar?
Não. O Drex não será uma criptomoeda como bitcoin ou ether, cujos valores oscilam todos os dias a depender da oferta e da demanda do mercado. Um Drex sempre será equivalente a R$ 1. Ou seja, você não vai abrir sua conta bancária e terá 10 Drex e R$ 10. Na prática, terá R$ 20.
Quem emite o Drex?
Segundo o Banco Central, o Drex poderá ser emitido pelo próprio BC, nas transações de atacado (transações entre instituições financeiras), e pelas instituições financeiras com autorização do BC.
Como ter acesso ao Drex?
Para usar o Drex, os usuários precisarão de um intermediário financeiro autorizado, como um banco, por exemplo. Essa empresa que será a responsável por transferir o seu dinheiro depositado em conta para sua carteira digital do Drex.
É seguro usar o Drex?
O Drex ainda está em fase de testes, apenas entre instituições que fazem parte do Piloto Drex, que testa a tecnologia e desenvolve aplicações junto ao BC. Um dos principais objetivos do piloto é experimentar questões de segurança e privacidade dos dados.
“O principal ponto do piloto do Drex é pensar a privacidade dentro desse panorama de programabilidade que o…
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