O Banco Central iniciou em agosto o ciclo de redução da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 12,75%, mas os empréstimos no Brasil seguem caros, de acordo com os especialistas consultados pelo E-Investidor. Os fatores que contribuem para altos valores do crédito, no entanto, extrapolam os juros estabelecidos pela taxa Selic.
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Apesar da taxa básica de juros Selic influenciar o valor de todos os empréstimos, ela nem sempre é o principal motivo do encarecimento. Em muitos casos, dizem os analistas, são as taxas praticadas pelas instituições financeiras que encarecem as linhas de crédito.
Uma forma de ver a diferença entre o valor dos juros e o valor final do empréstimo é por meio do Custo Efetivo do Serviço (CET), que inclui as taxas adicionais cobradas pelas instituições.
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Além disso, a expectativa das pessoas e do mercado era de que, com a queda da Selic, o custo do crédito no País fosse reduzido. No entanto, Lucas Barleta, gerente do Serasa Crédito, pontua que a redução nos juros ainda não está sendo praticada pelas instituições financeiras no curto prazo.
“As últimas variações da Selic não impactaram os juros que as instituições financeiras estão praticando nas operações de crédito no curto prazo. No médio prazo, de seis a doze meses, as pessoas devem começar a sentir”, explicou.
Dessa forma, para mostrar para a população qual é o custo real de um empréstimo, o E-Investidor solicitou um estudo exclusivo para a Serasa mostrando quanto uma pessoa teria que pagar por cada linha de crédito, além de consultar especialistas para mostrar quais são as melhores opções disponíveis.
No levantamento, o Serasa explorou cinco linhas de crédito diferentes, as taxas praticadas e o CET de cada uma delas, com cinco faixas de valor diferentes, de acordo com os dados disponibilizados pelas instituições financeiras que compõem o marketplace.
Bruno Mori, economista com certificação CFP e sócio fundador da consultoria Sarfin, explica que comparar as taxas de juros e o CET são os principais pontos na hora de contratar uma linha de crédito. “A pessoa deve comparar as taxas de juros, o CET e também a facilidade de atendimento. A recomendação é para o contratante fechar nenhum empréstimo caso ele esteja sendo pressionado pela instituição”, disse.
Quando se deve tomar uma linha de empréstimo?
Os planejadores financeiros consultados recomendam não tomar uma linha de empréstimo neste momento, considerando as altas taxas praticadas no mercado. Porém, nem sempre isso é possível.
Mori pontua que, caso seja necessário tomar uma linha de crédito, o planejamento deve ser liquidar o empréstimo o mais rápido possível e que saber se é possível/necessário tomar uma linha de crédito depende da situação financeira de cada pessoa.
“Outra recomendação é respeitar o limite máximo de 30% da renda disponível para o pagamento das parcelas do empréstimo, além de evitar ao máximo a contratação por terminais eletrônicos e ofertas recebidas por e-mail e/ou telefone celular”, afirma.
Valter Police, planejador financeiro e gerente da Droom Planner, vai na mesma linha de Mori, pontuando que os valores dos empréstimos são muito altos.
“A primeira regra é tentar não usar o crédito, porque ele vai corroer seu patrimônio ao longo do tempo. Mas, caso isso não seja possível, tente usar o mínimo possível pelo menor tempo possível, com a menor taxa disponível”, explica Police.
O que fazer se já está com uma linha de empréstimo contratada?
Apesar dos especialistas consultados terem recomendado não solicitar linhas de crédito neste momento, há pessoas que já estão com empréstimos contratados.
Nessas ocasiões, Police pontua que outra forma de lidar com os empréstimos…
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