Foi da união de forças de empresários e do poder público que nasceu a instituição que hoje é reconhecida como a maior operação de microfinanças do Brasil. Em 1998, uma iniciativa da Associação Comercial e Empresarial de Lages (Acil), com o apoio da Prefeitura Municipal de Lages, angariou um fundo de R$ 200 mil para iniciar concessões de crédito na região. O então chamado Banco da Mulher surgia com o propósito de fornecer recursos para gerar oportunidades de trabalho e renda em um período de crise econômica.
“A criação da instituição beneficiou autônomas, donas de casa, empreendedoras formais e informais de pequenos negócios, fortalecendo as comunidades e criando oportunidades de crescimento e melhoria das condições de renda. Essas concessões de crédito eram acompanhadas por visitas de orientação, realizadas por agentes de crédito, profissionais capacitados que apoiavam as empreendedoras antes, durante e após a obtenção do empréstimo. Essa abordagem fez toda a diferença na expansão do atendimento e na qualidade desses empréstimos”, conta a diretora de mercado do Banco da Família, Elaine Amaral Fernandes.
Em 2003, a instituição passou a se chamar Banco da Família, ampliando sua oferta de crédito para atender a todos os públicos. No entanto, mesmo com a mudança de nome, suas ações continuam focadas no público feminino. Atualmente, 54% dos clientes são mulheres. Além disso, a equipe do banco é composta por 85% de mulheres que desempenham papéis em diversas áreas, desde a presidência até os conselhos e diretorias.
Mas, afinal, o que é o Banco da Família?
O Banco da Família é uma instituição sem fins lucrativos, formada por uma associação chamada Associação Brasileira para o desenvolvimento da Família – Banco da Família, registrada como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público).
“Temos nosso funcionamento autorizado e regulamentado pelo Ministério da Justiça através da Lei n.º 9.790. Utilizamos este nome para estarmos mais próximos e dar clareza ao nosso público-alvo, por trabalharmos com recursos financeiros, mas concedemos apenas crédito. Não possuímos conta corrente, nem fazemos captação de recursos de nossos clientes e nem poupança, apenas o crédito”, explica a diretora.
Uma instituição movida à propósito
Mais do que conceder crédito, o Banco de Família afirma o compromisso social de transformar vidas. Isso se dá através da assistência e do acompanhamento dos clientes, oferecendo o suporte necessário para a utilização dos recursos.
“Nossa missão é clara e apaixonante: promover a melhoria da qualidade de vida atuando como agentes de inclusão, desenvolvimento e transformação social através das microfinanças. Concentramos nossos esforços em áreas com baixos índices de desenvolvimento econômico e social, onde, por meio de nossos agentes, acompanhamos empreendedores – em sua maioria informais -, que estão excluídos do mercado financeiro convencional”, afirma Elaine.
Diferente dos bancos tradicionais, o BF, através de levantamentos socioeconômicos, coleta dados que permitem acompanhar a jornada das famílias através do tempo. Isso permite, ainda, a criação de vínculos e incentiva o senso de pertencimento das comunidades com empreendedorismo social. Os agentes da instituição estão inseridos no contexto dos clientes, o que permite conhecer a fundo as necessidades de cada um e então fornecer o subsídio de acordo com a realidade individual.
A instituição é ancorada no propósito da transformação social — Foto: Divulgação
“Nossa metodologia se estende além da análise financeira. Não consideramos apenas o CPF, mas olhamos para o contexto familiar como um todo. Desde o início, fomos entendendo que essas pessoas estavam à margem do sistema tradicional e que, com o nosso apoio e seus esforços, poderiam causar um impacto econômico e social significativo nas regiões em que atuavam. Por isso, decidimos ampliar o nosso portfólio de produtos. Nosso objetivo não é apenas aumentar a renda e promover o crescimento de seus negócios,…
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