12/11/2023 – 3:40
Por Angelo Verotti
RESUMO
• Empresa pioneira no transporte de valores diversifica serviços e cresce
• Conhecida por seus carros-fortes, marca americana, criada a 165 anos, tem responsabilidade sobre 3% do PIB brasileiro
• No País, a Brink’s tem 70% da receita ligados aos setor financeiro e ao varejo
• Aparecimento de bancos e carteiras digitais fez a companhia buscar novas soluções além do mundo físico
• CEO pede nova regulamentação, para baratear custo na cadeia de serviços
Sim, o dinheiro na imagem é real. Parte dos R$ 11,5 milhões reservados para a sessão fotográfica. Um valor irrisório frente aos cerca de R$ 270 bilhões que ficam sob custódia da Brink’s Brasil ao longo de um ano. O montante corresponde a 3% do PIB nacional, que em 2022 atingiu R$ 9,9 trilhões. Uma das responsabilidades assumidas pela companhia fundada em 1859, nos Estados Unidos, e que atua no País desde 1966.
A empresa é pioneira no transporte de valores, mas diante da transformação dos negócios pelo mundo tem ampliado o leque de serviços e soluções aos clientes, movimento que a levou a um faturamento global de US$ 4,5 bilhões em 2022 e à previsão de 10% de crescimento este ano. A proposta do CEO da Brink’s Brasil, Marcelo Caio D’Arco, é mostrar que o trabalho realizado pela multinacional não se restringe a carro-forte. “A exemplo de todo o mercado, a Brink’s vem em um processo de transformação, de apresentar aos clientes as outras soluções que vende”, disse à DINHEIRO o executivo.
Criada há quase 165 anos por Washington Perry Brink, em Chicago, a Brink’s iniciou as atividades com o transporte de caixas e bagagens de homens de negócio. A primeira entrega bancária, de seis sacos de dólares de prata, ocorreu apenas em 1900, o que tornou a empresa a primeira transportadora de valores do mundo.
Desde então, as transformações na área de atuação se multiplicaram e a companhia tem promovido diversas iniciativas nos 53 países com operações e nos 100 onde tem clientes.
No Brasil, 77 filiais atendem 3 mil municípios em todas as regiões. São, no total, 8 mil funcionários entre os 76,5 mil pelo planeta. “Estamos no top 5 entre as operações no mundo”, afirmou D’Arco, sem autorização para revelar a posição no ranking, além da participação da operação brasileira no faturamento global.
“O mercado brasileiro é muito importante, apesar de todo o desafio que traz”. Os dois grandes mercados atendidos pela Brink’s no País são o financeiro e o varejo, que, juntos, respondem por quase 70% da receita.
A chegada da Brink’s ao Brasil ocorreu, segundo o executivo, a pedido do governo federal, com o propósito de trazer segurança, fortalecida pela imagem de um carro-forte.
O primeiro modelo do tipo operado no País foi batizado de Brucutu – atualmente, são 1,4 mil veículos especializados entre os 16 mil em operação pelo globo.
Ao longo dos últimos 60 anos, a bandeira dominou o transporte e a guarda de valores. Porém, com a chegada da pandemia a empresa antecipou uma série de ações. A estratégia foi aproveitar a oportunidade, de olho principalmente no movimento crescente da digitalização. “Vimos aparecer os primeiros bancos e carteiras digitais. E pensamos: ‘como podemos ser os grandes preenchedores de gaps desse mercado. Ou seja, transformar o físico em digital e o digital em físico?’”, disse o CEO.
Uma das medidas foi inserir o cofre inteligente, já desenvolvido pela empresa, na Brink’s Complete, uma solução de serviços que combina hardware, software e segurança.
A Brink’s instala um cofre inteligente em um local seguro dentro da loja e todo o dinheiro depositado cai diretamente na conta corrente do lojista antes mesmo das cédulas e moedas serem retiradas pelos carros-fortes. Todo o controle é feito de forma digital e a responsabilidade pelo equipamento e valor depositado é da Brink’s.
“O cliente passa a enxergar essa solução como um serviço de assinatura e não mais um serviço por solicitação, por parada, por entrega e etc, para ficar um processo até mais controlado e inteligente”, afirmou o executivo.
Outra novidade…
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