Nesta quinta-feira, 16 de novembro, o Pix comemora três anos desde que foi amplamente disponibilizado para todo o país. Com uma intensa propaganda do Banco Central e centenas de instituições financeiras, o sistema de pagamento instantâneo entrou rapidamente no cotidiano dos brasileiros, revolucionando as operações bancárias por aqui. Ele se tornou o principal meio de pagamento do país e uma referência internacional
Nesta reportagem especial sobre os três anos do Pix, o Olhar Digital explica sobre sua infraestrutura tecnológica, lançamento, adesão pela população brasileira, recursos e mudanças implementadas, internacionalização do sistema de pagamento e mais.
Infraestrutura tecnológica por trás do Pix
O Pix é uma evolução de sistemas de pagamento já utilizados no Brasil. Desde 2002, o país conta com um sistema de liquidação de valor bruto em tempo real para transferências (RTGS, na sigla em inglês) chamado de Sistema de Transferência de Reservas, considerado o “coração” do nosso sistema financeiro.
Porém, o STR não tinha disponibilidade para operar 24h por dia, sete dias por semana. Então, em novembro de 2020, o Banco Central, instituiu o Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), a infraestrutura por trás do Pix que garante as transferências imediatas.
O SPI é a infraestrutura centralizada de liquidação bruta em tempo real de pagamentos instantâneos que resultam em transferências de fundos entre seus participantes titulares de Conta Pagamentos Instantâneos (Conta PI) no Banco Central do Brasil.
Circular 4.027 que registra o SPI.
Em live recente do Banco Central em comemoração aos três anos do Pix, Haroldo Cruz, Chefe do Departamento de Tecnologia da Informação do BC, disse que o desenvolvimento do SPI foi desafiador ao evoluir a tecnologia de transações financeiras para um sistema ininterrupto, que funciona todos os dias e com grande volume de transações.
Tínhamos um grande desafio, tanto para o Banco Central, quanto para as instituições financeiras. A gente teve que desenvolver toda uma estrutura para específica como evolução da estrutura prévia de pagamentos que a gente já tinha.
A T.I. dos bancos sempre funcionaram 24 por 7, mas não havia nenhum sistema que não tivesse nenhuma janela de manutenção, um período que é possível deixar pausar a operação para fazer as manutenções. [O Pix] foi um novo conceito, ele tem que funcionar o tempo inteiro, todos os dias, e com isso as manutenções têm que ser feitas com o sistema funcionando.
Haroldo Cruz, Chefe do Departamento de Tecnologia da Informação do BC.
Para garantir a segurança das transações via Pix, o BC também desenvolveu o banco de dados DICT (Diretório de Identificadores de Contas Transacionais), onde são armazenadas as informações de identificação de todas as chaves Pix. Basicamente, esse diretório é responsável por associar a conta do usuário a sua chave Pix, seja ela e-mail, telefone, CPF ou aleatória.
Em 5 de outubro de 2020, o Pix foi disponibilizado para bancos e instituições financeiras realizarem o cadastro das chaves – em apenas 10 dias, mais de 30 milhões de chaves já tinham sido registradas. Mas foi no dia 16 de novembro que o sistema brasileiro de transferências instantâneas foi lançado para utilização de todas as instituições aprovadas (734 até então).
Conforme divulgou o BC em nota, o primeiro dia de operação do Pix registrou mais de 1 milhão de transações, comprovando a efetividade do novo meio de pagamento e o enorme interesse dos usuários. Na primeira semana, o sistema de pagamento movimentou cerca de R$9,3 bilhões
No entanto, a estreia resultou em instabilidades de diversas instituições financeiras que ficaram inoperantes durante algumas horas e, no dia, houve relatos de transações não concluídas por usuários do Twitter.
No evento virtual de lançamento, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a novidade resultaria na digitalização e inclusão financeira da população, além de criar novas oportunidades de negócios e produtos. Isso porque os sistemas de pagamento disponíveis até então costumavam ser caros, impossibilitando a atuação de vários negócios pequenos.
“Isso significa milhões de pessoas digitalizadas e milhares de novos negócios. Vemos que, ao baixar o custo e aumentar a inclusão, você gera…
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