Pantanal e Cerrado devem ser destaques do Brasil na COP-28, em Dubai | Mato

O Pantanal deve ser um dos destaques da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-28), que será realizada em Dubai, nos Emirados Arabes, entre 30 de novembro e 12 de dezembro.

A informação foi revelada pela deputada federal Camila Jara (PT-MS), que diz que vai ser a porta-voz do Pantanal e também do Cerrado, no evento. Ela diz que o governo federal pretende destacar os esforços desenvolvidos para a preservação do bioma para atrair investimentos internacionais para a preservação do Pantanal.

O Corpo de Bombeiros informou que uma força-tarefa trabalha para controlar grandes incêndios no bioma Pantanal. Até novembro deste ano, 947.025 hectares do bioma que se espalha por Mato Grosso do Sul e Mato Grosso já foram consumidos pelas chamas. Os dados são do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ).

“O segundo bioma mais conservado do Brasil é o Pantanal. Para eles é muito mais interessante preservar um bioma que ainda está conservado, do que tentar recuperar um bioma que infelizmente já foi devastado. A gente perdeu muitos ativos econômicos e sociais por não pautar outros biomas além da Amazônia nessas conferências. Então, pela primeira vez, vamos ter um painel onde vamos discutir o Pantanal, mostrar nossos ativos e mostrar o Pantanal para o mundo”, ressaltou Jara.

A gente tem grandes expectativas, principalmente para destravar o acordo da união europeu e do Mercosul, que a gente consiga aumentar o fundo de participação dos países europeus para conseguir avançar, porque o que mais temos hoje de debate é quanto vai ser esse fundo, quais vão ser as contribuições, então queremos fazer com que os países que mais emitam façam contribuições.

Outro desafio para ser superado pelo governo Brasileiro é a desburocratização dos recursos adquiridos na COP. Isso porque, para que entidades tenham acesso ao dinheiro repassado, é necessário apresentar um projeto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS), comprovando ações e resultados práticos.

“Então, quando a gente vai pensar em associações lá em Corumbá (MS), elas não conseguem nem chegar ao BNDS para inscrever projetos para ter essa captação de recursos. Porque eles não destinam o recurso para o país e ele fica lá disponível, você inscreve o projeto e aí eles destinam os recursos”, completou a deputada.

Além disso, a conservação ambiental foi afetada também pela crise sanitária mundial da pandemia da covid e, em seguida, da iminência da guerra na Ucrânia, que estremeceu as relações internacionais. “Por isso, essa COP vai ser central, porque a gente entende que vamos restabelecer as relações diplomáticas”, disse Camila.

Até metade do ano que vem, a bancada do PT quer votar na Câmara Federal uma lei de preservação nacional, que englobe as legislações de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

“É uma prioridade da bancada do PT. Até dezembro vamos fazer uma legislação estadual (MS), para que a partir dela a gente analise a legislação do MT e do MS. Ver o que tem de melhor nas duas legislações. Também estamos em contato com uma parlamentar do Paraguai, a joana, para que a gente conseguia também pensar como vai estar essa execução e essa preservação lá”, apontou.

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