Uma das reuniões na agenda é com o Papa Francisco. Segundo diplomatas ouvidos pela GloboNews, a expectativa é de que os dois conversem sobre iniciativas humanitárias em busca da paz, especialmente no confronto entre Israel e Hamas, além das preocupações com o aquecimento global.
Lula também quer convidar o Papa para participar da COP30, que será realizada em 2025, em Belém.
Lula ainda se reúne com líderes globais como os presidentes da União Africana, Azali Assoumani; o presidente de Israel, Isaac Herzog, para falar sobre a busca por uma medida de paz entre Israel e Hamas; e o secretário-Geral da ONU, António Guterres.
Na agenda, também estão reuniões com líderes europeus, como o presidente da França Emmanuel Macron; o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak; e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A expectativa é que os encontros sejam focados na conclusão do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Na viagem, Lula fará um giro por três países do Oriente Médio e pela Alemanha:
- Riade, Arábia Saudita;
- Doha, Catar;
- Dubai, Emirados Árabes;
- Berlim, Alemanha.
Até a parada final, na capital alemã, há a expectativa de que o acordo esteja encaminhado para ser finalizado.
O presidente do Brasil pretende fazer, se necessário, o “último esforço a nível político” para selar a negociação junto ao primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz. Enquanto isso, negociadores técnicos devem fazer uma rodada final de conversas para alinhar as demandas finais.
Apesar dos avanços nas negociações, todos os lados ainda adotam a cautela sobre a conclusão do termo negociado desde 1999. Dois temas, inclusive, foram apontados como os de maior dificuldade para um entendimento entre blocos:
- Compras governamentais: a União Europeia defende a participação de empresas dos países-membros dos dois blocos, em condição de igualdade, em licitações governamentais em todos os países pertencentes ao acordo.
O Brasil, a pedido do presidente Lula, defendeu a retirada desse ponto do acordo. Lula inclusive reforçou aos europeus que não abre mão da questão das compras governamentais nas negociações do acordo entre a UE e o Mercosul.
Segundo fontes da diplomacia brasileira, a União Europeia demonstrou estar aberta a um acordo nessa questão. - Nova lei europeia do desmatamento: a nova lei europeia dá à UE o poder de anular concessões que foram negociadas durante 20 anos. Para negociadores brasileiros, o ponto não é razoável para o Brasil e o Mercosul.
O Brasil busca um mecanismo que permita, no caso de a lei ser aplicada, uma compensação pra reequilibrar o acordo comercial entre os dois blocos, visto que a norma europeia poderia ameaçar as exportações do Mercosul.
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