A renda fixa em novembro esteve na preferência de investidores e analistas justamente pela proteção que ela oferece em tempos de juros elevados e outros fenômenos que fizeram a maioria das bolsas mundiais andarem de lado, como a própria inflação.
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Outro ponto de inflexão diz respeito à guerra no Leste Europeu, entre Rússia e Ucrânia, bem como ao conflito Israel-Hamas, iniciado após os ataques de 7 de outubro a partir da faixa de Gaza. O primeiro caso impactou na distribuição de gás para a Europa e o segundo deixou o setor petrolífero temerário.
O estrategista-chefe da Monte Bravo, Alexandre Mathias, destaca que, para dezembro, a tendência segue positiva para os ativos de renda fixa, mesmo com o Federal Reserve (Fed, banco central americano) parando de subir os juros nos EUA e o Comitê de Política Econômica (Copom) continuando a cortar os juros brasileiros.
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Entretanto, elenca que como os ganhos em novembro foram muito expressivos, devolvendo o movimento de baixa observado em outubro, a predisposição é de continuidade dos bons retornos.
Mathias lembra que os títulos indexados ao IPCA estão atrasados em relação ao desempenho da Bolsa e dos prefixados. Portanto, têm um potencial de ganho mais significativo à medida que o cenário de recuperação econômica se confirma.
O estrategista também afirma que o quadro é positivo para todos os ativos, com destaque para os prefixados que oferecem taxas mais atraentes, especialmente em produtos que tenham prêmio sobre os indexadores.
Além disso, o especialista pontua que em um cenário positivo, todas as classes de ativos têm um potencial de ganhos significativo. “A recomendação é sempre diversificar, evitando colocar todos os ovos na mesma cesta”, destaca.
Já o diretor de renda fixa ativa da Inter Asset, Ian Lima, pondera que, em dezembro, tipicamente, haveria menores movimentos nos portfólios, dada uma agenda legislativa curta com pouca liquidez, pelo período de férias.
Ainda assim, explica que estamos a apenas três semanas para definições da agenda legislativa, que tratam de parte importante das receitas que sustentam a meta de superávit do ano que vem.
Para Lima, as tratativas vêm seguindo um resultado benigno e devem continuar impulsionando os ativos domésticos num contexto em que a discussão de ajuste fiscal brasileiro atualmente é quase uma voz solitária num cenário macro de economias mais endividadas e sem enfrentamento dessa questão no curto prazo.
“Nesse contexto, o pano de fundo sugere uma continuidade da performance positiva como observamos em novembro”, diz, em menção à renda fixa para dezembro.
Como foi novembro para a renda fixa?
O estrategista-chefe da Monte Bravo afirma que em novembro os mercados globais acompanharam o fechamento das Treasuries, que são os títulos de renda fixa americana. Ele explica que a percepção de final de ciclo nos EUA estimulou a assunção de risco no mundo inteiro e ajudou as curvas de juros a fecharem no Brasil.
Já o diretor da Inter Asset menciona que o mercado de renda fixa doméstico teve uma performance positiva em novembro sustentada em grande parte pelo cenário externo, onde a percepção de final de ciclo de aperto nas economias avançadas vem ganhando força.
Para Lima, a atividade americana segue resiliente frente ao nível de aperto atual, sugerindo um pouso suave da economia por lá. Esse cenário acaba sendo o ideal para ativos de riscos, onde se tem um cenário de convergência de inflação no médio prazo com poucos danos na atividade.
No Brasil, diz, o mercado de renda fixa acabou surfando esse tema de juros, e o cenário inflacionário doméstico vem mostrando uma desinflação sólida compatível com o atual ritmo de corte de juros do BC.
Ele pondera que o…
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