O primeiro turno das eleições ocorre no domingo (2) e os brasileiros escolherão seu representante máximo. Entre os postulantes, estão Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL, atual chefe do executivo), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil) e Felipe d’Avila (Novo).
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Ainda que as pesquisas de intenção de voto detectem que Lula e Bolsonaro estão à frente na disputa, é necessário entender os planos de governo, propostas e ideias de cada candidato. E o mercado financeiro está de olho em como cada um deles pode vir a conduzir as contas públicas, já que sinalizações dos rumos da economia brasileira tendem a ganhar peso e fazer preço na Bolsa.
Vale lembrar que o PT não apresentou, até a publicação desta reportagem, o plano final de governo. Em agosto, o partido levou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um documento com 21 páginas com algumas ideias gerais, mas sem estratégias concretas. A promessa era de que a versão final, mais detalhada, seria disponibilizada antes do primeiro turno.
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Os demais candidatos entregaram seus respectivos planos de governo. Ainda assim, na visão dos especialistas ouvidos pelo E-Investidor, as ideias dos presidenciáveis são pouco aprofundadas. “Nenhum dos quatro que estão em primeiro lugar nas pesquisas apresentam propostas concretas para enfrentar as dificuldades emergenciais que o Brasil apresenta”, afirma Alexandre Milen, CEO da Harami Research.
A seguir, veja os principais pontos econômicos de cada plano de governo:
1 – Lula (PT)
“A política econômica vigente é a principal responsável pela decomposição das condições de vida da população, da instabilidade e dos retrocessos na produção e no consumo”
Já na abertura do “Programa de Reconstrução e Transformação do Brasil”, nome dado ao pré-plano de governo, a equipe do petista critica a condução econômica do governo de Jair Bolsonaro e propõe uma série de revogações. Em um eventual novo mandato, uma das medidas seria tentar revisar as reformas trabalhistas e previdenciárias, por exemplo.
Outro ponto de extrema importância é a revogação do teto de gastos – uma espécie de âncora fiscal para o país. O texto também destaca a perspectiva de mudança na política de preços da Petrobras, que atualmente segue a cotação internacional do petróleo.
O texto deixa claro a visão de que a estatal pode ser um instrumento de combate à inflação. Lula, à frente do Executivo, possivelmente não daria sequência ao processo de venda de refinarias. “É preciso abrasileirar o preço dos combustíveis e ampliar a produção nacional de derivados, com expansão do parque de refino”, diz a Coligação Brasil da Esperança, responsável pelo programa. Uma política mais forte de valorização do salário mínimo está entre os planos de governo.
Os principais tópicos do plano:
- Nova legislação trabalhista
- Reindustrialização Nacional
- Política de valorização do Salário Mínimo
- Novo modelo previdenciário
- Renovação do Bolsa Família
- Revogação do Teto de Gastos
- “Reforma Tributária Solidária”
- Mudança na política de preços dos combustíveis
Opiniões
Segundo Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, o mercado não acredita que Lula terá uma postura radical, com gastos desenfreados. Para o primeiro ano de governo, a visão não seria tão negativa, mesmo com a tendência a gastos maiores.
“Óbvio que o mercado também não o considera o melhor do cenário para investimentos. O Lula seria um intermediário. A bolsa ainda subiria com ele vencendo e o dólar iria para um patamar mais baixo no ano que vem”, diz Cruz. Entretanto, caso o desequilíbrio fiscal não se reverta no médio prazo, a segunda metade do mandato poderá ficar…
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