Copom corta taxa básica de juros brasileira em meio ponto percentual para 13,25% ao ano
O Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil cortou nesta quarta-feira (2) a taxa básica de juros da economia brasileira em 0,5%, para 13,25% ao ano. Essa primeira redução em três anos não foi unânime. Quatro integrantes do Copom votaram pelo corte de 0,25%. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e outros quatro diretores votaram pela redução maior.
Já era noite no prédio do Banco Central quando saiu o corte nos juros. Cedo para economistas mais conservadores, mas poderia ter sido antes para o Presidente da República e ministro da Fazenda, que pediam pelo corte na taxa.
A mais esperada reunião do Comitê de Política Monetária em muito tempo tinha a mesa dois novos diretores indicados pelo governo e aprovados pelo Senado: Gabriel Galípolo, na diretoria de Política Monetária, e Ailton Aquino, na de Fiscalização. Os dois votaram pelo corte de 0,5%, em linha com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e outros dois diretores – também a favor do corte de 0,5%. Quatro diretores votaram por uma redução de 0,25%.
O comunicado mostra o que pesou mais na balança: “a melhora do quadro inflacionário, refletindo em parte os impactos defasados da política monetária, aliada à queda das expectativas de inflação para prazos mais longos, após decisão recente do Conselho Monetário Nacional sobre a meta para a inflação, permitiram acumular a confiança necessária para iniciar um ciclo gradual de flexibilização monetária”.
Nas mesas de operações era difícil encontrar alguém que não apostasse no corte de juros. Na visão dos analistas, começa agora um novo ciclo para política monetária e para economia do país, porque a taxa básica é como uma linha d’água para os investimentos: quanto mais baixa, maior o estímulo à injeção de recursos nas ações da Bolsa de Valores, nas empresas, o que pode aumentar o ritmo de crescimento da economia brasileira.
“Isso vai impactar o menor custo de crédito ao produtor, ao consumidor final. Agora, o impacto que a política monetária tem no nível de atividade tem uma defasagem entre um a dois trimestres. Portanto, o impacto dessa decisão do Banco Central, desse início de ciclo de corte de juros, será sentido, em grande medida, em 2024″”, afirma o economista da Gauss Capital Darwin Dib.
Há exatos 28 meses, a taxa básica de juros começou a subir. Em março de 2021, quando estava no menor nível da história: 2% ao ano. Foram 12 aumentos seguidos até chegar em 13,75% ao ano. Um ano se passou sem nenhuma mudança na Selic, até que nesta quarta-feira (2) veio a decisão de queda.
Neste mesmo período, a inflação oficial acumulada em 12 meses chegou a ficar acima de 12% em abril de 2022. Depois, foi caindo e, pelos dados mais recentes do IBGE, está em 3,16%.
“É sinal que o Banco Central, pelo menos a maioria do Copom, achou que a inflação já dá segurança para você fazer um corte mais arrojado. è um bom sinal para a economia”, diz Josilmar Cordenonssi Cia, professor de Economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
O Copom deixa a expectativa de que esse corte é só o começo: “Em se confirmando o cenário esperado, os membros do comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o corte na Selic sinaliza que o Brasil está na direção certa.
“Eu queria reiterar o respeito do Ministério da Fazenda pelo Banco Central. Nesse período todo em que houve divergências, houve… Nós sempre mantivemos um diálogo de altíssimo nível, a começar pelo presidente Roberto Campos, que sempre demostrou muita abertura no diálogo. E é assim que se constrói. Nós temos compromisso com o combate à inflação e temos compromisso também com a responsabilidade fiscal e com o ajuste que está sendo feito, que se tornará mais fácil a partir de agora, porque a inflação está controlada e a economia vai começar a se replanejar. Os atores, os…
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