SÃO PAULO – Na semana passada, o Itaú Unibanco (ITUB4) realizou o Dia do Investidor, trazendo as suas principais mensagens para o futuro, em meio a um cenário bastante disruptivo para o setor bancário. As sinalizações foram vistas como positivas, com o banco buscando passar uma imagem de inovação e de crescimento. Contudo, analistas que participaram do evento apresentaram visões distintas sobre o que esperar das iniciativas do maior banco privado do Brasil.
O Bradesco BBI apontou que houve duas mensagens principais da administração: i) o banco deve acelerar o
crescimento; e ii) está incorporando uma mentalidade digital, mas ainda com ramificações físicas.
Além disso, a administração vê assimetrias regulatórias favorecendo bancos digitais / fintechs menores, ao mesmo tempo em que reforça seu compromisso com a eficiência.
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O guidance (projeções) para 2021, vale ressaltar, foi reiterado, apesar da estratégia de aceleração do crescimento. O crescimento dos empréstimos deve ficar entre 5,5% e 9,5%, apoiado por pessoas físicas (financiamento imobiliário, automóveis e empréstimos ao consumidor). Já a margem com clientes deve crescer entre 2,5% e 6,5%, enquanto a margem com o mercado deve ficar perto do limite superior da faixa do guidance, entre R$ 4,9 bilhões e R$ 6,4 bilhões. Enquanto isso, os encargos de provisão devem estar no limite inferior da faixa de orientação de R$ 21,3 bilhões a 24,3 bilhões. Além disso, as receitas de tarifas devem crescer 2,5%-6,5%, enquanto as despesas operacionais podem variar de -2 a +2%. Finalmente, a taxa efetiva de imposto deve ser de 34,5%-36,5%.
Gustavo Schroden e Otavio Tanganelli, analistas do Bradesco BBI, apontam que a administração foi vocal ao dizer que o banco deveria acelerar seu crescimento, focando na expansão acelerada de sua base de clientes e interações, e prolongando o tempo de relacionamento com os clientes. Além disso, pontuou que o banco deve ter uma mentalidade digital, embora as suas agências físicas continuem disponíveis para os clientes. A expectativa é de que o aumento da digitalização das operações do banco deva apoiar o crescimento, por meio de novos produtos, melhor experiência do cliente, mais interações e relacionamentos mais longos com os clientes.
O foco na aceleração do crescimento deve ocorrer ao mesmo tempo em que a instituição equilibra as receitas de crédito (que exige mais capital) e serviços (que exige menos capital), visando a preservação da rentabilidade. A administração acrescentou que os dividendos devem permanecer em 25% em 2021, enquanto o banco reforça sua base de capital. O Itaú também vê as subsidiárias latino-americanas como negócios complementares: a os desafios de melhorar as operações no Chile e na Colômbia (CorpBanca), afirmando que não há ambições de expansão na região no curto prazo.
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Já com relação à concorrência, embora o banco tenha reconhecido o surgimento de novos bancos / fintechs digitais
com bons produtos e serviços, eles veem uma assimetria regulatória que poderia favorecer a expansão de novos / menores players. No entanto, a…
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