Uma eleição menos binária, mas nem por isso sem emoções. Com a proximidade do pleito eleitoral, analistas e gestores se debruçam sobre os cenários para o mercado financeiro levando em conta quem irá governar o país nos próximos quatro anos e as suas políticas.
A maior parte dos especialistas pondera que entre os dois candidatos que estão na frente nas pesquisas eleitorais, um já esteve no posto (Luiz Inácio Lula da Silva, do PT) ou ocupa o cargo atualmente (Jair Bolsonaro, do PL) e, por isso, o ambiente é menos turvo, independentemente de quem seja eleito.
Os gestores da Legacy Capital avaliam, em carta mensal, que o período pré-eleitoral deverá viver em setembro e outubro sua fase mais movimentada, o que deve acarretar “alguma” volatilidade nos preços dos ativos locais. Eles ponderam, entretanto, que de, forma geral, isso não apresenta um risco “significativo” de baixa para os ativos brasileiros em função dos resultados eleitorais.
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Em evento recente da TAG Investimentos, Claudio Delbrueck, sócio-fundador da Solana Capital, destacou que a sua expectativa é de que o pós-eleição deva ser um gatilho positivo para a Bolsa, independentemente de quem ganhe, por tirar um fator de incerteza do radar. Contudo, as dinâmicas serão distintas.
“Obviamente essa potencial alta vai depender muito do mercado externo. Mas, olhando no mercado doméstico, apesar de acreditarmos que a Bolsa vá subir nos dois cenários [com Lula ou Bolsonaro], a dinâmica dessa alta vai ser bem diferente. Se o Bolsonaro for eleito, vai ser uma continuidade da política atual (…) Estatais e bancos se beneficiam”, avalia.
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Por outro lado, aponta, “se lembrar do governo do PT e mesmo se olhar o programa do partido, o Estado é o indutor do crescimento, eles falam abertamente sobre isso. Se o Estado é o indutor do crescimento, principalmente na parte de crédito, vão usar Banco do Brasil BBAS3, BNDES, Caixa Econômica Federal, para dar mais crédito. Isso acaba sendo muitas vezes uma competição desleal com os bancos privados. Num governo do PT, o cenário para os bancos não é tão positivo quanto numa renovação do governo Bolsonaro”, avalia. Além disso, avalia, o investimento das estatais em possíveis projetos sem tanto retorno pode piorar o cenário para as estatais.
Já empresas mais voltadas à baixa e média renda não deveriam se beneficiar tanto em uma eventual continuidade do poder, enquanto poderiam ganhar com o petista. “Baixa renda deve se beneficiar [com o petista]. Lula vem falando em fomentar a economia e sinalizou isenção de IR de quem ganha até R$ 5 mil – essa faixa poderia ter um desempenho relativo melhor. Estamos falando de incorporadoras, de educação, consumo como um todo, em detrimento a estatais e bancos. A composição [de quem ganharia] seria diferente, mas [o cenário é de] Bolsa para cima”, reiterou o gestor.
A visão de um cenário de “não extremos” é compartilhada por Marcos Peixoto, sócio e gestor de renda variável da XP Asset, e Gustavo Salomão, CFA, CIO da Norte Asset,…
Read More: quais ações devem ganhar em cada cenário? Gestores e analistas fazem suas