O mercado financeiro reduziu a previsão da inflação para este ano. Segundo projeção do Boletim Focus, divulgada hoje pelo Banco Central, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar este ano em 3,87%. Há uma semana, a projeção do mercado era de que a inflação este ano ficasse em 3,90%.
Para 2025, a projeção da inflação deve ficar em 3,50%. Para 2026 e 2027, a previsão é que a inflação se mantenha nos 3,5% nos dois anos.
A estimativa para 2024 está dentro do intervalo de meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3% para 2024, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p)para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.
Para alcançar a meta de inflação, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, a taxa básica de juros, definida em 11,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O comitê informou que deve seguir com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões.
Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 9% ao ano. Para o fim de 2025, a estimativa é que a taxa básica caia para 8,5% ao ano. A mesma previsão para os anos de 2026 e 2027.
O boletim divulgado nesta segunda-feira também prevê uma diminuição no valor do câmbio em dólar. Segundo o Focus, em 2024, a moeda fecha o ano em R$ 4,95. Há quatro semanas a previsão era de que a moeda norte-americana ficasse em R$ 5. Para 2025, a projeção é que o dólar também fique em R$ 5. Para 2026, a previsão é que o câmbio feche em R$ 5,06 e para 2027, em R$ 5,10.
Em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto, o Focus manteve a previsão da semana passada de crescimento de 1,59% para este ano. Para 2025, o boletim também manteve a previsão de crescimento da semana passada de 2%, que também é a mesma para os anos de 2025 e 2026.
“O Boletim Focus é o principal relatório do mercado para tentar prever o futuro da economia brasileira, entretanto, sua metodologia é baseada na mediana, o que torna difícil saber qual a probabilidade real atribuída pelo mercado para aquela previsão” afirma Felipe Uchida, head do Departamento de Análises Quantitativas e sócio da Equus Capital.
Segundo ele, “analisando os dados, vemos que a probabilidade de corte indicada pelo mercado, neste momento, é de 97,7%. Na semana anterior, este percentual estava em 96,3%. Vale lembrar que, próximo da última reunião do Copom, este percentual estava em 81,5%”.
“Nesta semana, observamos uma leve redução no número de contratos em aberto no mercado de opções de Copom, passando de 30.176 para 29.616, o que representa uma queda de 1,9% em relação à semana anterior. Além disso, há um crescimento na probabilidade de um corte na taxa Selic, de 96,3% para 97,7%, indicando uma maior confiança do mercado na redução de 0,5% na próxima reunião do Copom. A manutenção do ritmo de corte de 0,50% na Selic pelo Copom ganha força com o IPCA fechando acima das expectativas. Este cenário é reforçado pelas declarações do diretor do Banco Central, Ailton de Aquino Santos, que sinalizou a continuidade deste ritmo de redução ‘se nada acontecer’, evidenciando uma abordagem cautelosa em resposta às recentes dinâmicas inflacionárias”, explica.
Com informações da Agência Brasil
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