A moeda digital brasileira é fundamental para a implementação de novos modelos de negócios e soluções inovadoras, segundo Jairo Saddi
O Banco Central anunciou a criação do drex, o real digital. Trata-se de uma moeda virtual que pretende ampliar as possibilidades de negócios e estimular a inclusão financeira. Os testes estão acontecendo desde março e a ideia é que, a partir de setembro, sejam feitas as primeiras simulações. O novo sistema ainda gera muitas dúvidas e o advogado Jairo Saddi, especialista em regulação bancária da Faculdade de Direito da USP, esclarece algumas delas.
Emitida e regulada pelo Banco Central, a CBDC (Central Bank Digital Currency) – como é conhecida ao redor do mundo – é uma versão virtual da moeda oficial de um país, que, no caso do Brasil, é o real. Ambas as versões servem para fazer compras e estipular o preço de algo, entre outras funções.
Diferentemente do que se imagina, o drex não é uma moeda digital para substituir o papel. Qualquer pessoa terá acesso ao drex, como já ocorre com o pix, para isso precisa ter a moeda digital. Enquanto o pix é um meio de pagamento que foi inserido no modelo financeiro tradicional, o drex é uma transformação digital da moeda brasileira, que funcionará de maneira automatizada na intermediação dos processos.
Tecnologia segura
Saddi explica que a diferença entre pix e drex é que um é instantâneo e, o outro, off-line. A tecnologia usada é de DLT, mais conhecida como blockchain, que nasceu com o bitcoin (BTC) em 2008, ou seja, extremamente segura.
Como ainda está em fase de testes, a previsão é que chegue ao consumidor no fim de 2024 ou início de 2025. Será uma moeda de atacado, ou seja, de troca entre grandes instituições financeiras, privadas e públicas.
Se todos os requisitos forem atendidos depois desse período de testes, o BC vai incorporar a tecnologia do drex à tecnologia das instituições financeiras, para, depois, liberar a moeda ao público.
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