A Caliza deu o pontapé inicial em sua operação nesta quarta-feira (13/9). Fundada oficialmente em 2021, a startup desenvolveu uma API para que bancos e fintechs ofereçam aos seus usuários finais – pessoas físicas e jurídicas brasileiras – a possibilidade de fazer investimentos ou transferências em dólar.
A ideia para o negócio surgiu quando o norte-americano Ezra Kebrab trabalhava na Visa, liderando o programa de aceleração de startups da empresa. “Conheci inúmeras fintechs que criaram soluções de pagamento globais, mas tinham barreiras para entrar em novos mercados. Vi uma tendência surgindo para diminuir os entraves na transferência de dinheiro globalmente”, conta o fundador. Filho de imigrantes etíopes, ele se recorda das dificuldades que os pais enfrentaram para enviar somas aos familiares que continuavam na África.
Com as inovações tecnológicas promovidas pelo Banco Central do Brasil nos últimos anos, como o Pix e o Open Banking, o fundador viu o país como um terreno fértil para abrir a startup. A empresa tem foco em instituições financeiras e companhias que querem oferecer contas digitais em dólar e pagamentos internacionais via USDc (criptomoeda indexada ao dólar) em tempo real para seus clientes, com operação no formato white label.
“Normalmente as tendências se iniciam com startups e empresas de tecnologia. Depois que o risco diminui, as empresas tradicionais entram no jogo. Há um interesse crescente em inovações financeiras, e o Brasil está na vanguarda disso”, afirma Kebrab.
A startup levantou cerca de R$ 30 milhões (US$ 5,3 milhões) em 2021 e recentemente assinou contratos para captar mais US$ 1 milhão com novos investidores. O captable é um mix de gestoras globais e brasileiras, com a presença de Better Tomorrow Ventures, Abstract Ventures, Fontes by QED, Quona Capital, Valor Capital Group e investidores-anjo, como fundadores de Loft e Rappi.
Nos últimos dois anos, a Caliza construiu a tecnologia e o compliance necessários para permitir que usuários residentes no Brasil utilizem o CPF ou CNPJ para ter acesso a serviços financeiros dos Estados Unidos. O lançamento oficial da startup acontece com a conta em dólar com credenciais bancárias dos Estados Unidos e o Pix cross border, com pagamentos instantâneos, disponíveis.
Segundo o fundador, a startup já conta com clientes no Brasil e estrutura a equipe operacional local para intensificar o processo de prospecção. Kebrab não revela quem são os clientes, mas o site da startup cita três parceiros brasileiros: BTG Pactual, Banco Genial e Bitso.
A equipe da Caliza também é composta por Chirag Shukla, diretor jurídico e de compliance com passagens por Upstart e Silicon Valley Bank; Marcus McLaughlin, líder de engenharia que trabalhou em Intuit e Cloudera; e Guillermo Gonzalez Aguado, que liderou os esforços de depósitos e pagamentos do Nubank no México. Com nove funcionários no momento, a startup deve chegar a 15 no futuro próximo. “Eu acredito em times enxutos, então estamos procurando os melhores dos melhores”, diz o fundador.
A startup pretende chegar ao México no início de 2024 e se expandir também para países da África e do Sudeste Asiático.
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