Publicado: 14 Setembro, 2023 – 15h21 | Última modificação: 14 Setembro, 2023 – 15h40
A próxima semana será muito importante para a retomada da economia do país e para toda a população brasileira que precisa de bons empregos e investimentos públicos que alavanquem a qualidade de vida de todos os brasileiros. Isto porque está marcada para os próximos dias 19 e 20 (segunda e terça-feira), a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Banco Central que definirá o índice da taxa de juros, a Selic, atualmente em 13,25% – a maior do mundo.
A justificativa do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para a manutenção da Selic em um alto patamar de que é preciso controlar a inflação não se justifica. Os últimos resultados da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a inflação está controlada, especialmente no grupo alimentação, que está em deflação.
O índice oficial da inflação de janeiro a agosto deste ano de 3,23% ainda está dentro da meta de no máximo 4,75%. A meta inicial é de 3,25% em 2023 e de 3% em 2024 e 2025, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima.
Na última reunião do Copom o corte nos juros foi de apenas 0,5%. A expectativa do “mercado” é que na próxima semana a queda seja também de 0,5%. Ainda assim, para a CUT os juros deveriam cair ainda mais.
Segundo a Central sindical, as medidas adotadas pelo governo do presidente Lula reduziram a inflação, valorizaram o real, aumentaram a produção interna e reduziram o desemprego para 7,9%, o menor percentual dos últimos oito anos. Além disso aprovou o novo arcabouço fiscal e a primeira fase da reforma tributária na Câmara dos Deputados. Neste contexto, é injustificável manter a taxa Selic em patamares superiores a 13%.
Em nota recém publicada, a CUT afirma ainda que “um crescimento econômico e uma geração de emprego e renda mais pujantes só não ocorrem devido à manutenção da taxa Selic em patamares superiores a 13%. As taxas de juros nas alturas sangram os cofres públicos e emperram o consumo e uma retomada mais forte do crescimento”.
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Esta tem sido uma luta da CUT que tem feito protestos e ações de conscientização para que a população se junte às mobilizações.
Confira os 10 motivos para a taxa de juros baixar
1 – Aumenta o endividamento das famílias
O percentual de famílias endividadas ficou em 77,4% em agosto, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Os juros altos aumentam o valor das dívidas deixando as famílias cada vez mais afundadas numa crise financeira sem fim.
2 – Crédito mais caro
Contrair um empréstimo financeiro seja para quitar dívidas ou investir num negócio fica muito caro. A Selic determina a taxa de juros cobrada nas operações de empréstimos. Porém, em vez de as instituições financeiras se basearem na taxa Selic para a cobrança de juros, elas cobram além dela. Assim quanto maior a Selic, maior serão os juros cobrados.
Levantamento do Procon-SP revela que em julho o juro do empréstimo pessoal foi em média de 7,66%.
No cheque especial, a taxa média dos bancos pesquisados foi de 7,96% ao mês – a mesma desde fevereiro de 2021.
Utilizar o rotativo do cartão de crédito também não é uma boa opção. Os juros do rotativo cobrados pelos bancos de pessoas físicas subiram em julho para 445,7% ao ano, segundo dados do Banco Central.
3 – Juros altos favorecem o 1% mais ricos do país
A Selic ficar neste patamar só interessa a 1% da elite econômica do país que compra títulos do governo para investimentos (a arrecadação dos governos depende de impostos recolhidos e parte de títulos vendidos no mercado), e a cerca de 10% da classe média que têm aplicações financeiras, pois com a alta dos juros vale mais a pena deixar o dinheiro aplicado em algum título do governo do que abrir uma empresa e gerar empregos, explicou ao PortalCUT o economista e professor da PUC-SP, Ladislau Dowbor. São os chamados rentistas que vivem dos juros de suas aplicações.
4 – Aumento da dívida pública
A cada aumento de 1% na taxa de juros, a dívida líquida do setor público cresce R$ 38 bilhões, segundo o economista da Unicamp, Marcio Pochmann….
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