A vantagem mais citada é a manutenção de uma baixa taxa de juros. No ano passado estava em 0% e apesar disso seu status de principal moeda ficou inalterado.
Outro benefício frequentemente debatido no mercado forex é a eliminação do risco cambial dos exportadores e importadores americanos, porque usam a própria moeda internacionalmente.
Já as ameaças à hegemonia do dólar vêm de todos os cantos, até mesmo do Brasil.
“Toda noite me pergunto: por que todos os países precisam fazer seu comércio lastreado no dólar e não podemos fazer comércio lastreado na nossa moeda?”, questionou o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em abril, durante viagem à China.
Na ocasião, Lula defendeu a criação de uma moeda para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS).
A China, cuja economia é a segunda maior do mundo, busca dispensar o dólar no comércio internacional. O país compra mais do que vende de dezenas de parceiros e deseja pagá-los com sua moeda.
A maior economia é a dos Estados Unidos, enquanto Japão e Alemanha estão em terceiro e quarto lugar, respectivamente. O produto interno bruto do Brasil ocupa o 12º lugar.
Os Estados Unidos importaram da China US$ 333 bilhões a mais do que exportaram em 2020, conforme os dados mais recentes do Banco Mundial. O comércio entre ambos é realizado em dólares.
Outra ameaça tomou maior proporção com a guerra na Ucrânia. As sanções dos EUA contra a Rússia vêm incentivando países a substituir o dólar.
Ninguém sabe quem será a bola da vez da Casa Branca. Irã e Coreia do Norte enfrentam sanções há décadas, em grande parte motivadas por seus programas nucleares. O Zimbábue, por sua vez, sofre sanções visando coibir o desrespeito aos direitos humanos, corrupção e ações antidemocráticas.
Devido ao conflito na Ucrânia, a Rússia passou a receber por suas exportações em rublos e outras moedas. Da China, é paga em renminbi.
As apostas contra o domínio do dólar foram elevadas em 2008, ano em que a economia americana quase entrou em colapso.
Vale lembrar que o dólar iniciou seu reinado oficialmente na Conferência de Bretton Woods, 15 anos após o início da pior crise da história dos Estados Unidos, eclodida em 1929.
O Federal Reserve, Banco Central dos EUA, estima que investidores estrangeiros detenham aproximadamente US$ 1 trilhão, o que equivale a quase a metade de todas as cédulas de dólar em circulação.
Aproximadamente 60% das reservas internacionais dos países estão alocadas na moeda dos Estados Unidos.
A libra esterlina, em circulação desde o século VIII, foi a principal divisa mundial por mais de 100 anos.
Quanto ao dólar, o megainvestidor americano Warren Buffett minimiza o risco à sua relevância.
“Não vejo opção para qualquer outra moeda ser a moeda de reserva”, declarou em maio deste ano.
Aos 92 anos de idade, Buffett nunca precisou comprar moeda estrangeira antes de uma viagem internacional.
Read More: As Ameaças à Hegemonia do Dólar – 30/06/2023