O Drex, a moeda digital brasileira que o Banco Central pretende lançar até o final de 2024, mesmo em sua fase de testes já está movimentando o mercado nacional e diversas empresas e instituições estão fazendo anúncios, promovendo eventos e avançando na integração da CBDC nacional.
Entre as novidades da semana, o Banco Central do Brasil anunciou que os testes do Drex vão avançar para uma nova etapa em outubro e serão focados em quesitos de privacidade das transações e dos usuários.
Durante um evento, Clarissa Souza, analista de sistemas do Banco Central, explicou que o BC vem avaliando três soluções para implementação no Drex: Anonymous Zether, da Consensys, que já tem a projeção de realização de testes no final de outubro, Starlight da Ernst & Young (EY) e a Parchain da Parfin, estas duas em fase de discussões para definição de implementação.
Ganhar dinheiro para usar o banco
Outra novidade foi que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a declarar a instituição já trabalha em futuras implementações do Drex voltadas a Web3 na qual os usuários podem ser pagos em tokens por compartilhar seus dados. A proposta do BC é criar um SuperAPP que dará a acesso a todo o sistema financeiro e com o qual o usário poderá decidir com qual instituição compartilhar seus dados.
Campos Neto chama isso de “Poupança de Dados”, um sistema que funciona nos moldes da Web3 e que planeja pagar os usuários de bancos, fintechs e outros participantes do sistema financeiro, pelos dados compartilhados no sistema.
Segundo ele, quanto mais dados o sistema financeiro possui sobre um cliente, o custo das operações fica menor e também há possibilidade de desenvolver produtos personalizados para os clientes.
“Em algum momento vamos ter um Open Tudo (referência ao Open Finance) porque todos os produtos onde tem problema tem assimetria de informação, você pode entrar com uma plataforma parecida com o Open Finance e você pode diminuir essa assimetria fazendo com que o spread caia e as pessoas podem acessar produtos mais baratos e mais sob medida”, destacou.
Ele também apontou que o mundo ainda não chegou em um produto ‘definitivo’ que possibilite às pessoas monetizar os dados, que, de acordo com Campos Neto, é uma das Poupanças que o cidadão faz ao longo da vida e que atualmente estes dados estão nas mãos das empresas e não das pessoas.
“Então uma das coisas que nós vamos fazer é quando tiver o Agregador Financeiro, desenvolver uma função de gerar, guardar e categorizar dados de uma forma homogênea para que você possa trocar estes dados por tokens e estes tokens conversariam com a moeda digital que a gente está criando, o Real Digital”, especificou.
Microsoft no Drex
Outra novidade é a participação da Microsoft nos testes do Drex. O Consórcio ABBC anunciou que obteve êxito ao conectar seu nó à rede do regulador. Formalizado em maio, o Consórcio ABBC reúne hoje 16 participantes.
A liderança é realizada pelo Banco Ribeirão Preto (Banco BRP) e o grupo tem a participação de mais 12 instituições financeiras: ABC Brasil, Banco Agibank, Banco Brasileiro de Crédito, BANRISUL, BMG, BOCOM BBM, BS2, Conglomerado Original, Efí Instituição de Pagamento, Pan, PagBank e Stone Instituição de Pagamento, além de três empresas de tecnologia – BBChain, BIP e Microsoft.
A presidente da ABBC, Sílvia Scorsato, diz que a instalação do nó do Consórcio ABBC no Drex representa um marco importante da contribuição da Associação à agenda de inovação do Banco Central.
“A ABBC compartilha integralmente o propósito do BC em democratizar e incentivar as novas tecnologias, permitindo um Sistema Financeiro Nacional cada vez mais competitivo e eficiente”, afirmou.
CVM e ABCripto
O ecossistema de tokenização é um dos principais focos do Drex e para falar um pouco sobre este setor a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto) lançarão quatro episódios de podcast na Semana Mundial do Investidor 2023 (World Investor Week – WIW) com foco em criptoeconomia.
Os episódios serão apresentados por Paulo Portinho, Gerente de Educação e Inclusão Financeira (GEIF) da CVM, e Bernardo Srur, Diretor-Presidente da ABCripto. Com convidados, vão conversar e debater sobre origem, fundamentos, bases, regulação e experiências dos criptoativos no mundo dos investimentos. Bruno Gomes, Superintendente de…
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